USINA NUCLEAR INTERNA - Berenice Heringer

De vez em quando um black out,

uma escuridão,

um soco que me põe nocaute

inerte na lona.

Não há exortação

que me faça vir à tona...(BH -in Latin-Idade)

O fabuloso Albert Einstein (1879/1955) tem um poema intitulado "Enquanto houver amizade"

que termina assim: "Há duas formas para viver sua vida: uma é acreditar que não existem milagres. A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre."

Nós temos a tendência de rotular o místico de excêntrico ou pensar que é um fanático. Mas não é. É só aquele que prende a respiração e dá um tempo para o mistério se materializar.

E Einstein provou com sua célebre equação E= MC² que não há tempo nem espaço e, portanto, estamos todos nos Quanta do Universo em conecção direta ininterrupta. Isto é uma tremenda responsabilidade e temos de arcar com a independência e o ônus da usufruição.

"É a pessoa humana livre, criadora e sensível que modela o belo e exalta o sublime, ao passo que as massas continuam arrastadas por uma dança infernal de imbecilidade e embrutecimento. Detesto com todas as forças o heroísmo obrigatório, a violência gratuita, o nacionalismo débil. A guerra é a coisa mais desprezível que existe. Preferiria deixar-me assassinar a participar desta ignomínia. O mistério da vida me causa a mais forte emoção.

É o sentimento que suscita a beleza e a verdade, cria a arte e a ciência. Quem não sente espanto ou surpresa é um morto-vivo."

Estas são palavras definitivas que traduzem o pensamento do maior gênio da humanidade, um pacifista dinâmico, não contemplativo, um espírito lúcido em conecção direta com galáxias e sistemas estelares, um perscrutador e decifrador de mistérios, um religioso cósmico sideral que penetrou no que, para outros, é a impenetrabilidade, e soube comunicar-se e comungar com o Universo em ondas hertzianas de energia.

Agora, no ano de 2008, em que se comemora o sexagésimo aniversário da fundação de Israel, meu primeiro preito é para Albert Einstein. Os fracos medrosos e estupidamente egoístas imaginam um Deus que pode recompensar ou castigar o objeto da sua criação.

"A religião tem sido vivida antes de tudo como angústia."

O valor de um homem está no grau e de acordo com a finalidade pela qual se libertou do seu EU. Einstein foi intuitivo e imaginativo. A humildade era a amálgama natural que protegia e tornava coesas a sua sabedoria e sua inteligência inigualáveis. Foi o mais autêntico praticante do recolhimento, do afastar-se da multidão e das hordas desenfreadas, porque somente o homem solitário pensa por si, cria novos valores e paradigmas para a comunidade, inventa novas regras morais e modifica a mesmice monótona da multidão.

O progresso moral é consolidado na independência. Os escravos se libertam por si mesmos, a chama da liberdade é uma centelha viva no âmago de cada Ser. Só os grandes espíritos conseguem existir e coexistir no meio das massas e se conservarem lúcidos e imaculados.

O constrangimento pode atenuar em parte a responsabilidade, mas não a suprime nunca.

Tive uma grande alegria ao constatar que este místico cientista criador da Teoria da Relatividade propõe e professa o que denomina Religião Cósmica, a mesma idéia de Baruch Spinoza e, segundo o própio AE, um conceito também defendido por Schopenhauer.

A amplitude modulada, a alta freqüência, a fidelidade profunda dos páramos intergaláticos.

Vila Velha, 09 de junho de 2008

Berenice Heringer
Enviado por Berenice Heringer em 19/06/2008
Código do texto: T1041903