O sarau
Edson Gonçalves Ferreira
E aconteceu mesmo!... Foi delicioso o sarau no salão de festas da
Fernanda com assessoria dos seus filhos Cássio e Saulo e, ainda, da síndica Rosário. O mestre de cerimônias -- incrível, não é? -- fui eu e, então, lutei para agradar e muito o Miguel e Malubarni que nos visitavam. E, conforme prometi, soltei a franga, artisticamente falando.
Ouvimos o Hino de Portugal e o Hino Nacional Brasileiro e, depois, abri a sessão com um trecho de Fernando Pessoa e, depois, cantei "Sonho impossível", canção da opereta "Dom Quixote de La Mancha", homageando os dois amigos.
Em seguida, vários poetas e poetisas declamaram: como:Maria de Fátima Batista Quadros, Silvânio Alves, Aparecida Camargos, Aparecida Nogueira, Osvaldo André de Melo, Maria Cândida Guimarães Aguiar, Zozima Guimarães e, também, Enia Azevedo Freitas cantou comigo: "É a ti, flor do céu". Vários amigos portugueses, inclusive os irmãos da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, apareceram e um cantou um fado "Ser fadista foi sonho, mas não foi esse meu fado, Deus traçou-me outro caminho... pois, meu destino é ser monge..."
Lindo que eu, no Mosteiro, aprendi a cantar também.
Depois de muitos poemas recitados e algumas canções, chegou o momento da surpresa. Faltaram somente os tambores para anunciar a apresentação da Fernanda. Ela entrou ao som de "Uma casa portuguesa" e, então, apresentou uma sessão de relaxamento que, na verdade, pareceu mais acrobacia.
Fernanda, fazendo relaxamento no chão, parecia uma minhoca se quebrando toda, enquanto um palhaço simpático tentava imitar os contorcionismos dela. Invejáveis. Aparecida Nogueira que trabalhou em circo, disse que ela roubara o número dela. E o tempo todo, eu e a Malu e o Miguel ficamos sonhando que todos vocês, amigos do Recanto, estavam ali conosco.
É claro que não deixei de cantar a Ave Maria, de Schubert para
que Nossa Senhora nos abençoasse e, no final, depois das apresentações, caímos num delicioso bate-papo regado a caldos, pão e vinho sobre a mesa. Afinal, uma casa portuguesa precisa desses apretechos para se ter valor, não é?
Foram momentos de puro prazer, muita informalidade e divertimo-nos muito. O tempo inteiro, a Malu e o Miguel e eu ríamos de tudo e, sobremaneira, das nossas conversas com assuntos tão variados que, agora, nem sei por onde começamos, mas sei que terminamos com a amizade estreitada no puro enlace do amor fraterno.
Quando todos foram embora, ficamos sozinhos: Fernanda, Malubarni, Miguel, Cássio, Saulo e eu. Aí, depois de brincar mais um pouco com esses fantásticos amigos, despedi-me porque outra festa me esperava. Agora, esperamos quem será o próximo recantista que nos visitará. Sejam bem-vindos. Divinópolis é a terra do Divino e, divinamente, vocês serão recebidos.
Temos muito amor para dar e a simplicidade de uma mesa de café com pão-de-queijo ou um almoço com angu, frango a molho pardo, couve, salsinha e aquele arroz soltinho, soltinho como está a minha alma e a alma da Fernanda, hoje. Um abração.
Divinópolis, 19.06.08