Roteirista Sonhador & Escritor Amador
Sou eu . . . São dois personagens que moram dentro de mim e quase sempre se entrelaçam, trocam de parceiros e se tornam quatro.
Tenho por “hobby” escrever. Não tenho muita técnica. Procuro lembrar das aulas de português do primário (base) e apenas tento desenhar em palavras um desabafo ou alguma estória que martele minha mente.
Costumo dividir meus rabiscos com amigos e conhecidos, e assim mendigo uma crítica ou uma opinião sincera deles. Muitas das vezes é positiva, mas fica a dúvida no ar. Será que gostaram mesmo ou apenas estão me poupando de uma crítica sincera?
Quando pintava quadros abstratos eu sentia a mesma coisa. Mas a felicidade me recompensava quando um amigo ou familiar me encomendava um quadro. Que maravilha. Mas até hoje ninguém me encomendou nenhum texto. Nem um “haikay” sequer. Quem sabe um dia, né ?
Um tempo atrás comecei com uma mania estranha de querer escrever roteiros de cinema. Gosto de criar e contar estórias. Bilhares de anos luz de ser um “Jorge Furtado” ou um “Mel Brooks” , mas sempre com pitadas de ousadia e criatividade.
Me apaixonei pela aquela linguagem de narrar a estória, com objetividade, poucos diálogos e muita ação. Geralmente no tempo presente, com cortes, “fade in”, “fade outs”, incerts e etc.. Imaginava a tela do cinema e ia tecendo situações fictícias e também do cotidiano. Participei de concursos na internet, li bastante sobre gramática de vídeo e técnicas de “story line”. Acho que até hoje essa característica ficou encravada na minha maneira de escrever.
Atualmente guardo os meus roteiros a sete chaves, e às vezes até me arrisco a escrever algum novo roteiro de curta metragem. Mas agora são bem mais raros.
Fiquei um pouco desiludido, pois um dia me perguntei : Acorda, meu . . . Pra que escrever tantos roteiros que nunca serão filmados ?
Pensei em acabar com tudo e jogar tudo fora, mais aí caiu a ficha que estava sendo radical comigo mesmo. Encarei o fato de ser apenas um roteirista sonhador e um escritor amador. Ou será um roteirista amador e um escritor sonhador ? Sei lá . . . Como preferir.
E como um roteirista sonhador, não posso priorizar que meus roteiros sejam filmados. Eles apenas me remetem a um sonho. Flashs de imagens que só eu consigo visualizar na minha mente da maneira que eu acho perfeita. Egoísmo ? Talvez !
E como um escritor amador, não preciso que meus textos e minhas estórias virem livros, e muito menos best-sellers. Gostaria apenas que agradassem os seus leitores. Tanto faz ser uma, mil ou um milhão de pessoas. O importante é tocar de alguma forma , despertando um sentimento que existe dentro de cada um que pare e dedique uma porção de seu tempo para ler o que escrevo.
Não posso ser hipócrita ao ponto de dizer que não gostaria que alguns de meus roteiros fossem filmados, ou algum texto publicado em livro. Mas aprendi que o que vale não é o destino final e sim a caminhada, que a meu ver deve ser prazerosa e num fluxo ascendente contínuo. Aí . . . o sucesso é só questão de tempo pois tem que ser conquistado dia a dia, no meu caso, texto a texto.