A estrada por onde caminha a Vaidade.

Foi andando por uma longa estrada escura que encontrei uma moça, bela como nunca havia visto outra, ela chorava e não conseguia manter a cabeça erguida, curiosa a segui. Quando surgiu uma oportunidade me aproximei e perguntei a ela o porquê de tanta tristeza, e obtive como resposta um olhar, muito distinto dos outros por sinal, ela na verdade sorria com os olhos.

Não desisti. Continuei questionando-a, até que a "bela" resolveu me contar o que tanto lhe afligia, nesse instante mostrou-me o que carregava nas mãos. Um espelho. E todas as vezes que tentava olhar seu reflexo, chorava, aos prantos me dizia que "a beleza era sua maldição". Por ser tão bela era infeliz, quanto mais beleza, mais as cobranças, críticas, elogios, inveja e distância do que ela realmente queria a paz.

No caminho de volta, quando consegui acalmá-la, ela me presenteou com o seu espelho, e ao se despedir pediu para que eu jamais permita que ele me domine, porque se assim fizer não conseguirei me enxergar de olhos fechados, sem precisar de reflexos ou opiniões, e seguirei triste sem saber exatamente o tamanho da beleza de minha própria alma, perdendo-a para a insegurança crônica da minha vaidade.

Beijos com batom cor de Carmim !

Giuline Vitória
Enviado por Giuline Vitória em 19/06/2008
Reeditado em 20/06/2008
Código do texto: T1041066
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