A PATA E O SOBRINHO A+
Como trabalho cerca de 12 horas por dia, e aos sábados, normalmente, ainda tenho algum compromisso fotográfico; no dia seguinte eu costumo estar super cansada. Uma das causas disso eu não vou falar, não vou falar, não vou falar, não vou falar... VOU FALAR!: São os convidados chatos que querem fazer books na hora da festa, ignorando que o profissional foi contratado pelos e para os noivos!
Assim, aos domingos, eu não quero nada, nem atender a telefonemas. Há situações, porém, em que a necessidade aperta e você tem que sair de casa. Exemplos disso são você ter que abastecer o carro e ter que levar o filho mais velho para comprar passagem na rodoviária.
Domingo passado, por volta de 16 horas, peguei apenas o cartão de crédito e saí dirigindo um negocinho que ainda não conseguiu ser carro, pois se chama KA (falta o -RRO). Como resido no BNH, desci a rua da igreja católica do bairro e brotei na BR 101, onde meu querido Guerino Zanon fez uma saída legal, desobrigando as pessoas de fazerem o trevo da MVC.
Como a pista estava vazia, quando o semáforo abriu, eu ignorei a placa que obriga o motorista a entrar no bairro da Conceição e curvei entrando na pista lateral.
Ái,ái, ái... Pra quê? Havia uma viatura da Polícia Rodoviária Federal em frente ao Banestes, onde antigamente era a Mettal. Dei um sorriso amarelo, tirei as mãos do volante num gesto de “eu me rendo” e esperei os policiais se aproximarem.
Um deles, de uns 32 anos talvez, educado, pediu-me a carteira de motorista e, então, dei-me conta de que ela havia ficado em casa. Liguei para meu marido e pedi que ele a levasse. Enquanto isso, o “meu” policial parou outro “pato” e foi para dentro da viatura. Ah, sei lá para quê!
Eis que repentinamente, pelo espelho retrovisor, vi uma caminhonete Hilux, de cor vinho, fazer a mesma coisa que eu fiz, e passar lindamente na frente dos meus “algozes”, sem que eles a vissem. Deve ter sido porque o meu carro é “muito grande” e a Hilux é ”miudinha”!
Quando meu marido chegou com a minha carteira, aproximou-se de nós um outro policial (com uns braços e ombros de quem deve levantar, todos os dias, umas 200 vezes, uns 80 kg no supino) portando uma pistola amarrada na coxa (eu me senti no velho oeste), e uma plaquetinha no peito dizendo: SOBRINHO A+.
Pensei com meus botões: Que bom! Nós dois temos o mesmo tipo sangüíneo, quem sabe ele não vai entender o meu vacilo, vai compreender que a pista está quase vazia e deduzir que eles deveriam estar “caçando papaléguas” nas estradas e não no perímetro urbano... Qual o quê, meu amigo! O Sobrinho (não sei de quem!!!) me “comeu no esporro”, porque os documentos do carro também não estavam comigo, e ainda arrematou dizendo-me que meu pneu esquerdo estava vazio.
E eu? Eu fiquei quietinha, até porque ele não podia ver que eu estava de chinelos, o que o faria “canetar” outra multa!!
Após assinar uma peste de um papel que vai me tomar quase R$200,00 e uns pontos na carteira, segui meu caminho, fui até o posto de gasolina e à rodoviária.
Vinte minutos depois, indo para casa, olhei para o outro lado da pista... Cadê a viatura? Sumiu! Acho que eles foram pegar “patos” em outros cantos!
Bem, resolvi rir do caso, contar para você, e homenagear aquele que eu espero que nunca precise do meu sangue A+.
P.S. Sei que a “pata” aqui certamente doará.