DE MÃE PARA MÃE
DE MÃE PARA MÃE
O dever maternal é o de a mãe defender a sua cria. Nuança que acontece no mundo animal, como no mundo hominal. Mesmo com essas afirmações, ainda acontecem imprevistos condenáveis por leis humanas e divinas. O que nos eleva acima dos animais é o pensamento e quando sofremos é porque não o usamos corretamente. É difícil resistir e subsistir com pouco ou quase nada numa sociedade gananciosa, discriminatória, materialista e orgulhosa. Sempre somos estimulados ao consumismo exacerbado, seja nos dias comemorativos, seja no dia-a-dia, essa estratégia já está inserida no cotidiano brasileiro. A conquista está acima de tudo. Nas coisas simples, na vida financeira com seus grandes recursos e nos pequenos também.
A simplicidade nata suplante as coisas simples em determinadas variáveis. O universo onde o planeta terra está inserido, a luta entre pobres e ricos é titânica. Nunca devemos nos envaidecer do conhecimento humano, pois nos jogaria fora do azimute da inteligência. Dignidade acima de tudo e de todos seria a ação mais provável e correta.A reclamação, a desonestidade, a desconfiança está sempre atuando no ego humano. Como adeptos de uma boa escrita e a pesquisa é nosso ponto forte, temos como ponto principal e primordial angariar muitos amigos, que pertencem ao nosso mesmo rol. E-mail vai, e-mail vem, e assim vamos levando o aprendizado à frente.
Belo dia chegou as nossas mãos um e-mail quiçá interessante, era a história de duas mães que dialogavam. “Uma dizia a outra:” 'Hoje vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM em São Paulo, para outra dependência da FEBEM no interior do Estado. Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela transferência.
Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação, contam com o apoio de comissões, pastorais, órgãos e entidades de defesa de direitos humanos. Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro. Enorme é a distância que me separa do meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família. Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha, para mim, importante papel de amigo e conselheiro espiritual. Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma vídeo-locadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite.
No próximo domingo, quando você estiver se abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo... Ah! Ia me esquecendo: e também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranqüila, viu? Que eu estarei pagando de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na última rebelião da FEBEM'. Esse manifesto foi endereçado a minha pessoa e nos pediram que fizéssemos à circulação do mesmo, pois a intenção é que talvez a gente consiga acabar com esta inversão de valores que assola o Brasil!
E que sirva de lição aos que fazem “Os Direitos Humanos”, pois muitas vezes eles desvirtuam a finalidade dos direitos. Aqui colocaremos o clichê popular que já está tomando conta do país: “Direitos humanos são para humanos direitos”! E, que o Código da Infância e da Adolescência, seja para defender os menores que sofreram agressões, seqüestros, assaltos de outros menores e adolescentes, e punir com rigor os menores e adolescentes infratores, pois o que acontece normalmente é o contrário. Quem agride, mata, tem mais proteção do que as vítimas de menores infratores. Como no Brasil o errado é que está certo o que podemos fazer é reclamar em altos brados. Nunca é tarde para sermos felizes. “Abstém-se de fixar as deficiências do companheiro e procura destacar-lhe as qualidades nobres, nas quais se caracterizam de alguma forma. Examina o bem, louva o bem e estende o bem quanto puderes”.
A paz pode passar a residir hoje mesmo em nosso campo íntimo. Basta lhe ofereçamos o refúgio da compreensão e isso depende unicamente de nós. Aliás, muita coisa depende de nós e só iremos obter sucesso se a conscientização pousar e fizer morada em nossos corações.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ALOMERCE