( Já ) Era Dunga
Deculpe, Euclides, mas não apenas o sertanejo é antes de tudo um forte. Isso também serve ao povo brasileiro em sua versão plus, azeitada pela auto-promoção do Governo Lula: aquele que não desiste nunca. Mas não foi com esse sentimento patriótico blindado, dígno de um Rambo tropical, que assisti à pelada com os Paraguaios. Acostumados que estamos a tratar os hermanos como uma nação de quinta categoria, não foi isso o que se viu nas quatro linhas dos Defensores del Chaco. Lá, éramos nós o embuste, o contrabando de segunda linha, o bando em chuteiras caríssimas.
Felizmente eu almoçara mais tarde, e o peso de uma costela com batatas, antecedida por generosos goles de cerveja, deu-me às pálpebras um certo ar de descaso pelo que acontecia em campo. Até a voz do Galvão Bueno, esse Policarpo Quaresma do esporte nacional, soava em meus ouvidos como um acalanto de pássaro canoro.
Ao primeiro gol, saí da letargia. Até a Marcela que entende de futebol o esmo que as nossas autiridades entendem de segurança pública, veio até a sala ver, incrédula, o que acontecia com aquele escrete de biquinhos-de-laque, outrora canarinho.
À beira do gramado havia um Dunga sem Branca de Neve. Sem time e sem banco, como se viu ao longo da partida. Perderíamos com qualquer ( de ) formação em campo. Como perderemos para os argentinos no Mineirão, a menos que um certo Sobrenatural de Almeida rodrigueano resolva dar uma mãozinha em honra à Pátria de Chuteiras.
No entanto, os que menos têm culpa são os nossos jogadores. Afinal, em sua maioria, são o que são: cabeças-de-bagre. Nosso meio-de-campo só não faz mais lambança que o nosso meio-de-campo e, assim, não há ataque que seja alimentado. As bolas que chegam parecem aquela brincadeira infantil do " barata voa ", com todo mundo correndo em qualquer direção. Não. Basta por aqui. Precisamos de um Comandante, não de um Polichinelos e seus ventríloquos amestrados. Vamos exumar o espírito de João Saldanha.