Chicote psicológico
Ontem em um museu no centro do RJ tive a oportunidade de ver uma exposição sobre o escravismo no Brasil. Vi uma pintura que eram negros trabalhando em uma lavoura de cana de açúcar, o senhor feudal estava em uma sombra de uma mangueira a observar seus escravos. Hoje, a mais de duzentos e cinqüenta anos dessa pintura ser feita, eu também estou a no sol trabalhando, e a vinte metros de onde eu estou tem uma mangueira, meu chefe está embaixo dela, é claro que não tem mais o chicote nem os castigos corporais, as formas de ferir hoje são diferentes, o chicote é psicológico e dói mais na alma, as humilhações continuam, temos que nos sujeitar ao senhorio que às vezes é um idiota.
A única maneira de lutar contra o sistema e estudar, li nessa semana o livro “a arte da persuasão” , talvez seja uma maneira de levar esse sistema maluco sem absorver esse mal, que é o não entendimento de ordens absurdas, que o chefe acha normal, mas na verdade são puras besteiras de seu comportamento loco.
Tenho o seguinte pensamento: as coisas mudaram, mas não totalmente para o pobre, continuamos escravos, só não tem o chicote físico, mas o psicológico continua. As privações continuam, o escravismo continua, a tortura continua, continua o mundo....