Criando filhos, plantando palmeiras
Ando pensando na difícil arte de criar filhos. Tenho dois, uma menina muito linda, esperta e maravilhosa e um garotinho que por acidentes de percurso dá um tantinho mais de trabalho e é a luz dos meus dias. Gêmeos. Transformaram e deram sentido à minha vida sete anos atrás.
Ia dizer “arte” de criar filhos, mas repensei e percebi que é uma “tarefa”, e uma tarefa que assumimos por tempo indefinido. Cada pai e cada mãe com sua ação interfere, consciente ou não, em como a Humanidade vai ser. Crio meus filhos, que criarão os deles e que por sua vez criarão também os seus. Aquilo que “ensino” hoje vai continuar influenciando essas gerações, mesmo que um tanto modificado. Eu não mais estarei aqui mas o que "plantei" viverá sempre.
Criar filhos é como plantar palmeiras. Uma palmeira atinge a vida adulta aos cento e vinte e cinco anos e só então estará pronta para se reproduzir. Se eu sair e plantar minha pequena muda de palmeira hoje, não viverei para ver seus descententes, mesmo assim me sinto tentada a fazê-lo. É que acredito no futuro...
O que não posso me esquecer é que o tipo de tratamento que der à minha palmeira contribuirá para que ela seja como for. Se for regada, adubada e receber bons incrementos será um palmeira forte, mas se for abandonada, negligenciada, desrespeitada, se receber pouco ou nenhum fertilizante será naturalmente frágil. Nunca devo me esquecer disso.
Não que eu esteja negando a genética, como pode parecer, sei que tanto palmeiras como pessoas têm características próprias, que podem ser muito pouco ou nada modificadas, mas acredito muito na convivência, nas experiências da vida, e principalmente no Amor.
Então decidi, ainda essa semana vou sair com meus filhos para comprar uma mudinha de palmeira, vou levá-los a um parque e ao plantá-la, lhes direi: “Vocês provavelmente não verão ela florescer, mas vale a pena acreditar que ela irá..., e isso é que é acreditar no futuro”