Cadê o padre?

FUTILIDADE – Alguém ainda lembra-se do Padre Adelir de Carli? Não? Tem certeza que não? Adelir de Carli é aquele padre do Paraná, que não tinha missa para rezar, compromisso algum com o sacerdócio; parece que ele também andava entediado e melancólico e resolveu sair por aí voando em 1000 balões de festa de crianças (bexigas) e sumiu, desapareceu, “mórreu”...!

Pois é, está fazendo dois meses que o cara sumiu da “lapa do mundo”, voando feito loco em sua espaçonave tupiniquim e até agora o malandro não mandou nenhuma notícia de seu paradeiro. Dizem que o telefone via satélite que ele levou a bordo era na verdade um Motorola PT500 analógico e que ele pegou por engano; dizem também que o GPS não era GPS e sim uma bússola de brinquedo de seu sobrinho escoteiro.

Alguns sarcásticos afirmam que Adelir de Carli está passeando na Lua e rindo muito daqueles que ficaram lhe esperando este tempo todo; outros menos céticos juram de pés juntos que o padre estará chegando em breve a Marte para inaugurar o primeiro templo de auxílio aos viajantes intergalácticos perdidos, mas história mesmo foi a de um amigo chileno que afirma que viu um movimento estranho no topo do Aconcagua e quando conseguiu chegar lá, disse que Adelir estava “passando o maior sabão” nos Condores andinos porque foi um deles que distraído, bateu contra seus balões e estourou pelo menos 350.

Mas eu não gosto destas piadinhas que inventaram sobre o Padre que queria voar; uns desocupados andam publicando na internet que Adelir está morando com o ET de Varginha; dizem que se casou com o feioso e que já tiveram dois Etezinhos.

Esta semana, o pessoal da Estação Internacional Orbital, que fica lá pertinho das estrelas, quando inspecionavam uma das asas da nave, que voltará hoje a terra, afirmaram que perceberam um objeto não identificado (caso raro na astronáutica) e a turma das piadas daqui do Brasil já andaram dizendo que era o Padre; isso já é demais.

De todas as histórias incríveis que já foram publicadas; a que eu acho mais provável foi a de uma turma de pescadores que avistaram um tubarão enorme palitando os dentes e arrotando pedacinhos de borracha. Quem o viu (o tubarão), afirmou que o peixe estava com uma cara de felicidade, rindo pelos cantos da boca, olhando pro céu para ver se caía mais alguma coisinha.

Eu cheguei a publicar na época alguns parágrafos de uma crônica em meu site www.irregular.com.br falando sobre o episódio; recebi centenas de manifestações contrarias e favoráveis aos comentários e quis publicar mais uma vez, somente para deixar claro que eu não tenho nada contra (nem a favor) da Igreja Católica; afinal de contas, não foi à igreja quem mandou o maluco fazer esta asneira. A insanidade está em todos os lugares e Adelir de Carli não é uma exceção; o fato de ele ser um padre só me fez crer que na sua localidade há um excesso de contingente sacerdotal, caso contrario, ele estaria rezando missas até hoje. Também escrevi para alertar os parentes de outros loucos para o fato de que eles fazem as bobagens e nós (todos) somos quem pagamos a conta pelas expedições de busca e resgate.

Quando eu não estou trabalhando, por exemplo, costumo lavar a louça da noite ou lavar minhas cuecas; tenho um carro com 146 HP no motor e jamais pretendi colocar asas e sair voando por aí para não pagar passagens aéreas.

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

Site do autor: www.irregular.com.br

INFORMAÇÃO:

Este é meu 100º texto publicado no Recanto das Letras com quase 12 mil acessos. Obrigado a todos!