FIBROMIALGIA X LEXOTAN
Apesar da fibromialgia que me atormenta, às vezes, considero-me uma pessoa bastante saudável. Credito essa dor generalizada e crônica, que envolve músculos, tendões e ligamentos, ao tabagismo do qual sou adepta há muitos anos, mas vergonha na cara, que é bom, eu ainda não criei para abandoná-lo.
Só posso acreditar que minha saúde é boa, porque minha pressão arterial nunca ultrapassa 12/6, meus exames sangüíneos sempre apresentam taxas de HDL e triglicérides ótimas e os Drs. Jairo Rocha, Gouveia e Roberto Poltronieri nunca encontram nenhuma explicação para minhas “mazelas”.
Não adianta ninguém me receitar exercícios físicos, porque canso-me até ao ver alguém praticá-los. Talvez o que me salvem sejam os fatos de eu subir e descer de 03 a 04 andares, da Unilinhares, “trocentas” vezes por dia, de eu gostar de viver bem com as pessoas, e de eu ser muito bem resolvida comigo mesma.
Diante do stress em que vivo, já que trabalho 12 horas por dia, meus remédios costumam ser um copo de bom vinho tinto ou de qualquer cerveja bem gelada. Considero-os excelentes bebidas para soltar a língua, melhorar o humor e desopilar o fígado e os rins.
Há determinadas situações, porém, em que, a exemplo daquela piada que diz que após as refeições em restaurantes ruins os donos deveriam dar um Sonrisal aos clientes; penso que em alguns lugares deveríamos ganhar, pelo menos, um comprimido de Lexotan. Esse remédio, para quem nunca dele ouviu falar, é um tranqüilizante do grupo dos benzodiazepínicos, cujo princípio ativo é o bromazepam.
Há situações em que meus nervos ficam abalados: aquelas em que há evidente falta de respeito, descaso e/ou grosseria.
Se você necessitar de telefonar para quaisquer serviços dos atendentes de operadoras de telefonia celular, vai passar muita raiva. Primeiro porque ouvirá uma voz gravada, mandando você digitar diversos números, depois porque quando você conseguir ser atendido, o será por algum (a) idiota, pedindo-lhe para você “estar esperando” (Oh, ódio!) uns minutinhos (sempre são minutões), para, no final das contas, não resolver nada. Então deveríamos ter direito a receber, em casa, um comprimido de Lexotan, a cada raiva que nos fizessem passar.
Num determinado banco aqui de Linhares, ao segurar a maçaneta da primeira porta de vidro, deveria cair nas nossas mãos um comprimido de Lexotan para nos acalmar diante da cara “simpática” dos vigilantes que pensam que todos somos ladrões. Ao pegarmos a senha para o atendimento, deveríamos ganhar outro, quando descobríssemos que os reles mortais não podem ser atendidos no térreo, ou seja, o gerente só atende os “bacanas”.
As secretárias da maioria dos médicos deveriam preencher nossas fichas com uma mão e com a outra nos oferecer três comprimidos de Lexotan. É inconcebível que após tantos anos de experiência, elas e seus patrões não tenham aprendido que eles mesmos encaixam pessoas, todos os dias, e que, portanto, tudo o que se precisaria era prever esses encaixes, sem fazer o paciente morrer de ódio. Aliás, eu já disse, que esse nome, “paciente” é inadequado. Quem está doente ou com dor não tem paciência alguma, sabiam?
Acho que o Brasil quer que todos os seus vagabundos fiquem no país, porque se você precisar de tirar passaporte, será tratado como se fosse um deles. A “simpatia” dos atendentes é impressionante! Também lá, pelo menos, uns quatro comprimidos a gente deveria merecer: dois para fazer o documento e dois para pegá-lo.
Há um lugar, porém, que deveria nos dar uma e/ou duas caixas de Lexotan: o Consulado Americano, no Rio de Janeiro! Depois de pagar R$38,00 para ter direito a entrar no site deles, de preencher dois formulários infernais, o DS156 e DS157, de pagar US$131,00, de tirar fotos, de juntar documentos comprovando que você não precisa de trabalhar nos EUA, e, por fim, de ter de ir à Cidade Maravilhosa na data agendada (dificílima de conseguir) para entrevista com o cônsul; prepare-se para encontrar funcionários que o atenderão por trás de vidros blindados, falando por meio de microfone, e achando que você é Bin Laden.
Nessa minha sugestão, se você conseguir o visto (eu o obtive!) ficará só com a caixinha que ganhou na entrada; se ele lhe for negado ( e eu vi muitos serem!), você ganhará mais uma embalagem para ver se consegue “digerir” o “não” e a raiva por saber que o dinheiro investido não lhe será restituído.
Na verdade, não quero fazer apologia ao Lexotan, até porque nunca o ingeri, mas diante de todo o exposto, só vejo três alternativas: a) recebermos, pelo menos, uma jarra de suco de maracujá (concentrado!), quando formos a determinados lugares; b) as pessoas que lidam com gente serem intimadas a se capacitarem para tal; e/ou c) a gente começar a processar, por danos morais, os patrões/chefes que não se preocupam com a boa qualidade dos atendimentos.
Sem querer, acho que descobri a causa da minha fibromialgia: não poder pular no pescoço de um monte de gente despreparada para lidar com o ser humano.
Apesar da fibromialgia que me atormenta, às vezes, considero-me uma pessoa bastante saudável. Credito essa dor generalizada e crônica, que envolve músculos, tendões e ligamentos, ao tabagismo do qual sou adepta há muitos anos, mas vergonha na cara, que é bom, eu ainda não criei para abandoná-lo.
Só posso acreditar que minha saúde é boa, porque minha pressão arterial nunca ultrapassa 12/6, meus exames sangüíneos sempre apresentam taxas de HDL e triglicérides ótimas e os Drs. Jairo Rocha, Gouveia e Roberto Poltronieri nunca encontram nenhuma explicação para minhas “mazelas”.
Não adianta ninguém me receitar exercícios físicos, porque canso-me até ao ver alguém praticá-los. Talvez o que me salvem sejam os fatos de eu subir e descer de 03 a 04 andares, da Unilinhares, “trocentas” vezes por dia, de eu gostar de viver bem com as pessoas, e de eu ser muito bem resolvida comigo mesma.
Diante do stress em que vivo, já que trabalho 12 horas por dia, meus remédios costumam ser um copo de bom vinho tinto ou de qualquer cerveja bem gelada. Considero-os excelentes bebidas para soltar a língua, melhorar o humor e desopilar o fígado e os rins.
Há determinadas situações, porém, em que, a exemplo daquela piada que diz que após as refeições em restaurantes ruins os donos deveriam dar um Sonrisal aos clientes; penso que em alguns lugares deveríamos ganhar, pelo menos, um comprimido de Lexotan. Esse remédio, para quem nunca dele ouviu falar, é um tranqüilizante do grupo dos benzodiazepínicos, cujo princípio ativo é o bromazepam.
Há situações em que meus nervos ficam abalados: aquelas em que há evidente falta de respeito, descaso e/ou grosseria.
Se você necessitar de telefonar para quaisquer serviços dos atendentes de operadoras de telefonia celular, vai passar muita raiva. Primeiro porque ouvirá uma voz gravada, mandando você digitar diversos números, depois porque quando você conseguir ser atendido, o será por algum (a) idiota, pedindo-lhe para você “estar esperando” (Oh, ódio!) uns minutinhos (sempre são minutões), para, no final das contas, não resolver nada. Então deveríamos ter direito a receber, em casa, um comprimido de Lexotan, a cada raiva que nos fizessem passar.
Num determinado banco aqui de Linhares, ao segurar a maçaneta da primeira porta de vidro, deveria cair nas nossas mãos um comprimido de Lexotan para nos acalmar diante da cara “simpática” dos vigilantes que pensam que todos somos ladrões. Ao pegarmos a senha para o atendimento, deveríamos ganhar outro, quando descobríssemos que os reles mortais não podem ser atendidos no térreo, ou seja, o gerente só atende os “bacanas”.
As secretárias da maioria dos médicos deveriam preencher nossas fichas com uma mão e com a outra nos oferecer três comprimidos de Lexotan. É inconcebível que após tantos anos de experiência, elas e seus patrões não tenham aprendido que eles mesmos encaixam pessoas, todos os dias, e que, portanto, tudo o que se precisaria era prever esses encaixes, sem fazer o paciente morrer de ódio. Aliás, eu já disse, que esse nome, “paciente” é inadequado. Quem está doente ou com dor não tem paciência alguma, sabiam?
Acho que o Brasil quer que todos os seus vagabundos fiquem no país, porque se você precisar de tirar passaporte, será tratado como se fosse um deles. A “simpatia” dos atendentes é impressionante! Também lá, pelo menos, uns quatro comprimidos a gente deveria merecer: dois para fazer o documento e dois para pegá-lo.
Há um lugar, porém, que deveria nos dar uma e/ou duas caixas de Lexotan: o Consulado Americano, no Rio de Janeiro! Depois de pagar R$38,00 para ter direito a entrar no site deles, de preencher dois formulários infernais, o DS156 e DS157, de pagar US$131,00, de tirar fotos, de juntar documentos comprovando que você não precisa de trabalhar nos EUA, e, por fim, de ter de ir à Cidade Maravilhosa na data agendada (dificílima de conseguir) para entrevista com o cônsul; prepare-se para encontrar funcionários que o atenderão por trás de vidros blindados, falando por meio de microfone, e achando que você é Bin Laden.
Nessa minha sugestão, se você conseguir o visto (eu o obtive!) ficará só com a caixinha que ganhou na entrada; se ele lhe for negado ( e eu vi muitos serem!), você ganhará mais uma embalagem para ver se consegue “digerir” o “não” e a raiva por saber que o dinheiro investido não lhe será restituído.
Na verdade, não quero fazer apologia ao Lexotan, até porque nunca o ingeri, mas diante de todo o exposto, só vejo três alternativas: a) recebermos, pelo menos, uma jarra de suco de maracujá (concentrado!), quando formos a determinados lugares; b) as pessoas que lidam com gente serem intimadas a se capacitarem para tal; e/ou c) a gente começar a processar, por danos morais, os patrões/chefes que não se preocupam com a boa qualidade dos atendimentos.
Sem querer, acho que descobri a causa da minha fibromialgia: não poder pular no pescoço de um monte de gente despreparada para lidar com o ser humano.