"Um novo dicionário" Urgente! - Não deixe de ler!
Respondendo à crítica
Um dia após eu ter publicado aqui no Recanto uma crônica que fiz, "Um novo neologismo" sobre os neologismos encontrados na linguagem médica, recebi um comentário em minha caixa de mensagens, de um cidadão que dizia ser ateu, de mal com a vida, aconselhando-me, a preocupar-me com os meus erros e não com os erros de linguagem da medicina.
Fez também referência a um outro texto meu “Sucesso” que falo sobre a importância do amor, dedicação, e do sucesso interior, que segundo ele para encarar a realidade da vida, é preciso mais do que o amor. Sinceramente fiquei com pena. Uma pessoa que não é capaz de acreditar no amor, nas premissas divina, nele próprio e não dá a mínima para a nossa língua “nossa pátria” é digno de pena.
Como sou vacinado contra mau humor e animais humanos desse tipo, respondi à altura e ainda lhe agradeci pelo comentário.
Logo após, recebo outro e-mail em minha caixa, de um “doutor fulano” que não revelarei o nome por uma questão ética, dizendo que eu não tinha autoridade para criticar a linguagem médica, até porque não sou médico e nem jornalista.
Nesse espaço de tempo, eu estava relendo um livro “Breve História de Quase Tudo”, de Bill Bryson . Autor de vários Best-Sellers, escritos com bom humor e fina ironia, que descrevem a Inglaterra - onde morou durante vinte anos - as trilhas dos Apalaches e os mistérios da língua inglesa, o americano Bill inspirou-se na própria ignorância para escrever - em linguagem apropriada a leigos e diletantes - uma deliciosa e bem seqüenciada obra sobre as maravilhas da Ciência. Uma obra repleta de informações que jamais despertariam a sua curiosidade, mas, que se tornam fascinantes assim que alguém as lê.
As curiosidades reunidas por Bryson chegam a ser hilárias. “Talvez nada exemplifique melhor a natureza estranha e muitas vezes acidental da ciência química em seus primórdios, que a descoberta de um alemão chamado Hennig Brand, em 1675. Brand convenceu-se de que o ouro poderia, de algum modo, ser destilado da urina humana”. Após meses manipulando esse material, Brand, como era de se esperar, não conseguiu produzir ouro, mas, descobriu que, exposta ao ar, a substância “entrava em combustão espontaneamente”. Estava descoberto o fósforo, elemento químico de inúmeras utilidades para a humanidade.
Outra curiosidade que me chamou a atenção, você não dormiria tranqüilo se soubesse! Seu colchão abriga talvez dois milhões de ácaros microscópicos, que saem de madrugada para se banquetear com os óleos sebáceos e os adoráveis crocantes flocos de pele que você perde enquanto dorme. Seu travesseiro sozinho deve abrigar uns 40 mil deles. Na verdade, se seu travesseiro tem seis anos - aparentemente a média de um travesseiro - estima-se que um décimo de seu peso, será constituído de pele que se soltou, ácaros vivos, ácaros mortos e estrume de ácaros”, informa John Maunder, do Centro de Entomologia Médica Britânico.
Confesso que fiquei com vontade de pegar os dez travesseiros que tenho em casa, reunir os ácaros e convidá-los para uma festa em homenagem aos dois cidadãos que me mandaram os e-mails e ainda sugerir - a eles - ”os ácaros” a criação de um dicionário de linguagem nova, intitulado “acarelho” ou se preferirem, muda-se a vogal (e) pela vogal (a) que o nome ficará mais sugestivo.
“Porém como isso é apenas uma sugestão”, devo dizer, que não é preciso ser médico, advogado, juiz, jornalista, ou ter qualquer outro título para escrever e comentar sobre nosso idioma ou sobre qualquer assunto.
Crônica para quem não sabe, é o resultado da visão pessoal, subjetiva do cronista ante um fato qualquer, colhido no noticiário do jornal ou no cotidiano e redigida numa linguagem descompromissada, coloquial, muito próxima do leitor. Quase sempre explorando o humor, às vezes, relatando coisas mais sérias por meio de uma aparente conversa fiada; outras vezes, fazendo poesia de uma coisa banal e insignificante. A intenção do cronista não é a de fazer criticas sobre isso ou aquilo e sim o relato de uma opinião pessoal sobre qualquer fato.
Todavia, fica aqui a sugestão do novo dicionário.
“Acar(e)lho” ou “ Acar(a)lho” para esses autômatos.