Não Estive Aqui
Eis que no meio da festa meu instinto 007 aflorou a pele de forma sobrenatural.
Tudo começou ao abri os olhos; o dia era daqueles que prometia cançaso, muita coisa pra fazer e no fim da tarde uma festa de amigos pra ir, daquelas que se encontra gente agradavél e chata, mais chata que agradavél por sinal, e possivelmente se escuta o questionário básico das 10 mesmas perguntas avaliativas para responder a todas as pessoas que encontrar:
1 - Oi tudo bem?
2 - Como está a vida?
3 - Onde andou que sumiu assim?
4- E o trabalho e os estudos?
5 - Está namorando? (em caso afirmativo)
6 - Quando vai casar?
8 - E a familia?
9 - E como anda fulano?
10- Me liga pra gente sair e conversar um dia desses?
O questionário não é sempre completo, não segue ordem, não escolhe raça, religião ou classe social, ele ataca a todos que se aproximem de alguém que não vemos a tempo, somos atacados por essa indiscrição disfarçada de preocupação com bem estar alheio. Em dias felizes respondemos a tudo de bom humor a centena de vezes que for preciso, mas em alguns dias como aquele eu não queria mesmo falar de mim.
Depois de responder o questionário tantas vezes, que tinha um escript de respostas na ponta da língua, todas sintetizadas ao máximo para diminuir as conversas, decidi que quando alguém de longe me acenasse para dar o estart nesse ciclo vicioso de perguntas e respostas; eu simplismente ia o mais rápido possivel, fingindo pressa de prefêrencia mastigando algo, passando rapidamente; quase como em drible de atacante em zaguero no fim da partida com time perdendo e dizia -" Estou de passagem tenho que ir daqui a pouco, finge que não estive aqui". De fato era verdade; dei aquela passadinha rápida que já havia se estendido muito, mas em mente minha rota de fuga estava traçada.
Ao ouvir o toque do celular de uma amiga atendendo meu pedido de socorro, confirmando que iria fazer o meu resgate arriscado na festa, meus sentidos de agente secreto foram ativados, como James Bond me esgueirei entre os convidados, com a desculpa perfeita na boca enquanto ainda mastigava algo (obs: não faça isso de modo algum, falar de boca cheia em fuga deixa uma péssima impressão nas pessoas, eu percebi isso depois);fui ziguezagueando no meio da sala ao ritimo da musica altissima que tocava e pouco antes de chegar a porta, no desespero de fuga tropecei em algo ou alguém lavando a porta de entrada com pura coca-cola zero! Protagonizando uma belíssima cena de comédia quando todos olharam para a agente secreta falida aqui, a unica fala que veio a mente foi "Continuem aproveitando a festa! Eu não estive aqui".
obs: se reparou que pulei a pergunta 7 veja que a pergunta 4 são duas em uma, mas se esta em rota de fuga de leituras no site, finja que nem esteve por aqui e pule para o próximo texto a mais rápido possivel.