Singular e Plural...
Palatéia, Barra de São Miguel. Mangue de acesso a Lagoa do Roteiro
Hoje, ao ouvir uma música melancólica, ocorreu-me um pensamento que me deu a medida exata da minha solidão como ser. Senti como nunca o peso da vida, das responsabilidades assumidas no decorrer dos meus dias. A garra poderosa da consciência me fez pensar que em muitas situações devo contar apenas comigo mesma.
Reconheço que posso até magoar alguns, mas devo dizer e reafirmar que toda caminhada, que a minha caminhada neste plano deve ser solitária. Reconheço também que tive e tenho ótimos parceiros de caminhada, companheiros em vários percursos mas, a responsabilidade por cada passo que dou é minha, intransferível, atávica.
Considero-me lúcida, forte, bem resolvida e, aparentemente, isso não me incomoda, mas, quando surge um problema, a tendência primeira é querer alguém para dividir o fardo e, quem sabe, as culpas. Creio que seja uma reação normal, porque nem de longe desejo ser o protótipo da mulher maravilha, inabalável, inatingível.
Ultimamente, olho-me no espelho e tento ver a mulher além dele. Pergunto-me como será que meu companheiro, meu filho, minha família, meus colegas de trabalho, meus amigos me vêem... Qual será a imagem que vê cada uma dessas pessoas - todas elas tão caras- considerando que me olham também com os olhos do coração? E mais, será que me vêem apenas de uma forma? Espero que não...
Pergunto-me apenas. Não tenho respostas e nem sei se as quero. Será que fariam diferença no modo que optei por conduzir minha vida? Será que sou/fiquei tão ególatra que não me importaria com a resposta delas?
Daqui a alguns dias farei 45 anos. Relendo alguns escritos produzidos entre 18 e 24 anos, fico feliz por preservar a essência do acreditava, e acredito, ser importante para minha passagem por este plano. Ser inteira era e é uma delas.
Esse meu jeito de viver vem garantindo minha sanidade, pois mantém intacta minha capacidade de sonhar, de ler o mundo com renovado interesse por aprender sempre. Sim, aprendo muito comigo mesma, ouvindo-me, respeitando minha intuição, meus desejos, minhas fantasias, minhas necessidades como pessoa humana, mulher, ser.
E na minha singularidade e consciência de ser só, estive e estou sempre em muito boa companhia. Sei da minha capacidade de amar e sei o quanto sou amada. Sei o quanto a vida tem sido generosa comigo. E sou grata por isso.
Palatéia, Barra de São Miguel. Mangue de acesso a Lagoa do Roteiro
Hoje, ao ouvir uma música melancólica, ocorreu-me um pensamento que me deu a medida exata da minha solidão como ser. Senti como nunca o peso da vida, das responsabilidades assumidas no decorrer dos meus dias. A garra poderosa da consciência me fez pensar que em muitas situações devo contar apenas comigo mesma.
Reconheço que posso até magoar alguns, mas devo dizer e reafirmar que toda caminhada, que a minha caminhada neste plano deve ser solitária. Reconheço também que tive e tenho ótimos parceiros de caminhada, companheiros em vários percursos mas, a responsabilidade por cada passo que dou é minha, intransferível, atávica.
Considero-me lúcida, forte, bem resolvida e, aparentemente, isso não me incomoda, mas, quando surge um problema, a tendência primeira é querer alguém para dividir o fardo e, quem sabe, as culpas. Creio que seja uma reação normal, porque nem de longe desejo ser o protótipo da mulher maravilha, inabalável, inatingível.
Ultimamente, olho-me no espelho e tento ver a mulher além dele. Pergunto-me como será que meu companheiro, meu filho, minha família, meus colegas de trabalho, meus amigos me vêem... Qual será a imagem que vê cada uma dessas pessoas - todas elas tão caras- considerando que me olham também com os olhos do coração? E mais, será que me vêem apenas de uma forma? Espero que não...
Pergunto-me apenas. Não tenho respostas e nem sei se as quero. Será que fariam diferença no modo que optei por conduzir minha vida? Será que sou/fiquei tão ególatra que não me importaria com a resposta delas?
Daqui a alguns dias farei 45 anos. Relendo alguns escritos produzidos entre 18 e 24 anos, fico feliz por preservar a essência do acreditava, e acredito, ser importante para minha passagem por este plano. Ser inteira era e é uma delas.
Esse meu jeito de viver vem garantindo minha sanidade, pois mantém intacta minha capacidade de sonhar, de ler o mundo com renovado interesse por aprender sempre. Sim, aprendo muito comigo mesma, ouvindo-me, respeitando minha intuição, meus desejos, minhas fantasias, minhas necessidades como pessoa humana, mulher, ser.
E na minha singularidade e consciência de ser só, estive e estou sempre em muito boa companhia. Sei da minha capacidade de amar e sei o quanto sou amada. Sei o quanto a vida tem sido generosa comigo. E sou grata por isso.