Sem máscaras
Nascemos... crescemos... e com o passar do tempo vamos incurtindo-nos de sentimentos. Uns implantados, outros criados por nós mesmos. Mas... muitos, muitos são sentimentos que se quer temos uma explicação plausível, para ele ter se instalado em nós.
São as frustrações, mágoas, são também os orgulhos, satisfações, que vamos acumulando em nossa mochilinha chamada moxila da vida. Mal percebemos mediante a enxurrada de novidades que vivenciamos, mediante a velocidade e o volume do que nossa moxila esta sendo carregada, que vamos criando máscaras.
Máscaras que passam a se tornar indispensáveis e que se tornam tão confortáveis ao longo do nosso caminhar que não nos damos conta de que nos perdemos. Nos perdemos dentro de nós mesmos. Perdemos nossa identidade pessoal. Vamos camuflando nossos desejos, vamos reinventando situações de vida mais agradáveis e perdemos assim a nossa essência.
É bom descobrir quem somos de fato. De nos aceitar como somos e não de criarmos personagens fictícios para nos moldar e fazer parte de um determinado grupo, de uma sociedade que cria estereótipos.
Assumir-se independentemente das consequências é amar-se.
Olhar-se no espelho e ver-se nítido, clarividentemente limpo, sem máscaras é algo transcendental. É o amadurecimento do ser para com seu próprio ser. É olhar-se internamente e externamente com os mesmos olhos. Olhos evoluídos, que vêem a importancia de não ser para agradar e sim de agradar para ser.
Agradar aos outros mostrando aos mesmos suas qualidades, seus dons bem como também seus defeitos é dar-lhe a oportunidade de usar o livre arbítrio, sobre o querer ou não interagir, vivenciar, descobrir afinidades com você, ou não.
Enquanto as máscaras estiverem em você, ocultando sua real personalidade, você automáticamente priva os outros de conhecer as suas infinitas qualidades, os seus inúmeros atributos pessoais e priva-se também de conhecer as críticas, os elogios sobre sua pessoa em si. É importante para o ser humano saber de sua imagem. De como o reflexo de sua imagem esta sendo visto e sentido nos demais seres.
Viver uma vida embasada sob uma mentira criada para ocultar a sua verdade, para ocultar as suas fragilidades e os defeitos que você engrandece em si próprio, é no mínimo pecaminoso. Pecaminoso pelo fato de você se auto-flagelar constantemente, se auto-rejeitar. Você se auto priva de ser quem é.
Cada um em sua singularidade foi criado de uma forma, com aptidões e dotes e peculiariedades, por isso cada ser é único. E é bem por isso que devemos assumir nossa identidade e não camuflá-la, porque é assumindo-a que estaremos cumprindo nossa missão. Cada um agindo em conformidade com seus conhecimentos vai sendo a válvula propulsora da continuidade do desenvolvimento do homem no mundo.