Tudo acaba em chimarrão
Assistindo à CPI do DETRAN durante a tarde inteira percebi que o nosso querido chimas está rolando solto. Para quem não é gaúcho, explico, o chimas é o nosso querido chimarrão. Aquele que se faz presente em todas as estações do ano, seja no parque, em casa, na piscina, na praia, nas reuniões, nas universidades, nas grandes instituições e nos grandes acontecimentos. Do trabalho ao lazer, a cuia está presente como acessório indispensável.
Durante a tarde, entre debates, discursos e crises de histeria, a cuia desfilava de mão em mão, e a bomba de baba em baba, como se nada estivesse acontecendo. Enquanto engravatados se estressavam às favas, a cuia bailava sossegada observando e rindo daquelas caras deslavadas. Eu só não sei como que, até agora, não rolou cuia voando pelos ares. Acredito que o pessoal respeite mais a cuia do que ao presidente da CPI.
Parece que, daqui a pouco, alguém vai chupar o microfone e falar na bomba, de tão “participante” que o chimas está da confusão. O pobre tem sofrido com os berros e os cuspes das pessoas mais empolgadas. E o mais nojento é que depois ele segue o seu caminho distribuindo babas.
Vou continuar assistindo aos acontecimentos do meu Estado, embora eu saiba que, por aqui, as coisas não acabam em pizza, mas com certeza acabam em chimarrão.