Tudo acaba em chimarrão

Assistindo à CPI do DETRAN durante a tarde inteira percebi que o nosso querido chimas está rolando solto. Para quem não é gaúcho, explico, o chimas é o nosso querido chimarrão. Aquele que se faz presente em todas as estações do ano, seja no parque, em casa, na piscina, na praia, nas reuniões, nas universidades, nas grandes instituições e nos grandes acontecimentos. Do trabalho ao lazer, a cuia está presente como acessório indispensável.

Durante a tarde, entre debates, discursos e crises de histeria, a cuia desfilava de mão em mão, e a bomba de baba em baba, como se nada estivesse acontecendo. Enquanto engravatados se estressavam às favas, a cuia bailava sossegada observando e rindo daquelas caras deslavadas. Eu só não sei como que, até agora, não rolou cuia voando pelos ares. Acredito que o pessoal respeite mais a cuia do que ao presidente da CPI.

Parece que, daqui a pouco, alguém vai chupar o microfone e falar na bomba, de tão “participante” que o chimas está da confusão. O pobre tem sofrido com os berros e os cuspes das pessoas mais empolgadas. E o mais nojento é que depois ele segue o seu caminho distribuindo babas.

Vou continuar assistindo aos acontecimentos do meu Estado, embora eu saiba que, por aqui, as coisas não acabam em pizza, mas com certeza acabam em chimarrão.

Raquel Corrêa
Enviado por Raquel Corrêa em 09/06/2008
Código do texto: T1026770
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