AS PORTAS DA PERCEPÇÃO E O CHÃO DO BANHEIRO

Tive um desses insights que nos trazem grandes lições de vida

enquanto lavava o banheiro. Eu não sabia se era o cheiro da cândida

ou a poeira do espelho, mas minha mente projetou-se pelo infinito e

ví a mim mesmo, velho e menino. Eu poderia ter escutado o que os

meus alter egos queriam conversar comigo, se não tivesse escorregado

e quase caído de cara na pia e fiquei a reclamar: por que não sou

como os outros caras e tenho esses momentos durante a terapia de

vidas passadas e futuras , na meditação transcedental ou repetindo

mantras que signifiquem "salve a jóia da alegria"?

Nãaaaooo!!! Eu tenho que ser diferente. Como ocorreu esses dias:

estava escrevendo um trabalho escolar na biblioteca e percebi que

minha mão direita se movia contra a minha vontade. ESTAVA

PSICOGRAFANDO! Gritei, a bibliotecária olhou, mas o que li, desfez o

encanto: "Acorda e se concentra no trabalho, o prazo está

acabando!". Era o meu próprio subconsciente lembrando que com a

espiritualidade, não há amparador melhor que o bom senso - alguns

nascem para ser mensageiros, outros para serem médiuns de si mesmo.

A noite em casa, relaxei e fiz minhas práticas para durante a noite,

quem sabe, sair um pouquinho da casca. Tudo muito bem feito: casa

limpa, chacra por chacra e uma vontade louca de ajudar e é claro,

também voar. Algum tempo depois, me encontro lá fora, batendo que

nem um maluco na porta, querendo entrar. Tanto esforço para sair e

distraído demais para sacar que estava onde queria estar. Quantos

micos mais preciso passar?

Só não desisto desse tal caminho espiritual, porque depois de

descobrir certas verdades, fica mesmo impossível voltar a ser o

babaca que só passava o tempo todo a lamentar, mas um dia viro

Mickey e deixo de ser pateta nessas experiências espirituais que

mais parecem desenho do Walt Disney.

Frank Oliveira

http://cronicasdofrank.blogspot.com/