Quando Morre uma Ilusão

Este é o nome de um grande filme a que assisti no Cine Santa Maria, que hoje não mais existe, em Campinas. O filme era estrelado por Clark Gable e Alexis Smith. A história se passa no interior dos Estados Unidos, numa pacata cidade com todas as coisas de uma boa cidade: universidade, ativo comércio, ótimas indústrias, povo evoluído, mas muito conservador e com algum preconceito para com forasteiros, como dizem os americanos.

E foi nessa cidade que os nossos personagens do filme foram morar. O nosso galã do filme tomava conta de uma casa de jogos de roleta e carteados, em Los Angeles. O seu chefe, para recompensá-lo por muitos anos de trabalho, abriu uma casa de jogos naquela boa cidade e a deu de presente à Clark Gable, o nosso galã, no filme.

Clark, que havia passado toda a sua vida perto dos panos verdes das mesas e baralhos, ficou muito feliz.

Depois de um bom tempo ali acomodado e progredindo, pois a sociedade local aceitou aquele tipo de divertimento e tudo corria bem, o casal tinha feito muitas amizades, eles tinham um filho pronto para cursar a faculdade. Então, o nosso protagonista principal começa a perceber que as pessoas conhecidas já não vinham mais à sua casa e que também já não os convidavam para os eventos da sociedade local, deixando-os marginalizados.

O seu filho estava encontrando dificuldades para entrar na faculdade. Até que uma mulher do lugar lhes disse a Alexis Smith, que tudo aquilo se devia ao fato de seu marido não ter uma profissão de muito respeito. Ele que só havia feito aquilo na vida, mas que já havia conseguido fazer um bom pé de meia para o futuro, podia se aposentar.

Chamou a esposa e disse-lhe: “vou fazer um jogo com os outros 5 funcionários da casa de jogos. Eles também vieram de Los Angeles e são antigos de casa. Mas eu também participarei, e quero que você e o nosso filho possam assistir ao jogo pois vocês sabem que eu nunca perdi num sorteio, e verão que eu não usarei qualquer truque para ganhar”.

Então, na noite do jogo eles foram, os três, juntos para a casa de jogos. Cada um dos 5 funcionários tirou uma carta. O nosso artista ficou por último e também tirou sua carta. Aquele com a carta de maior valor venceria.

Mostraram as cartas e o nosso artista havia tirado um sete, a carta mais baixa de todos os seis. Abraçou a mulher e o filho e deixaram felizes o local.

No caminho de casa a esposa lhe perguntou: Eu estava temendo que você ganhasse, mas a sua carta foi a menor. Esta é a primeira vez que você perde”.

Então ele virou-se para a esposa e disse: “Eu já perdi a ilusão por jogar. Mas se eu quisesse poderia ter ganhado”. E tirou um Rei de ouros da manga do paletó.

Laércio
Enviado por Laércio em 08/06/2008
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