POR QUE NÃO TE CALAS?

A música dilacera os meus ouvidos

E me arremessa de encontro aos fantasmas do passado

Se é que existiram

Perdida estou eu no meio desta sala

Cujas paredes parecem fechar-se cada vez mais

Numa tentativa de sepultar-me viva

E eu sem mais saber se de fato existo

Se viva estou

Afinal, quem sou eu?

Maria?

Joaquina?

Josefa?

Pouca importa!

São tão comuns estes nomes...

Assemelham-se a vulgaridade de minha pessoa

E a música continua...

Fala de amor

Amor...

Também fala de tristeza

Tristeza...

De desencontros

Desencontros...

De despedidas

Despedidas...

Ah, Maysa, Por que não te calas?!

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 07/06/2008
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