Unasul

Brasília ofertou-se como sede para a criação de uma instituição supra-estatal e subcontinental, a Unasul. Em 23 de maio recente, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, onze presidentes de república e um vice, ajuntados em quase um mesmo convencimento, criaram essa novíssima personalidade jurídica, com força superior a qualquer um dos seus signatários.

A ausência dentre todos os membros da Unasul recaiu no nosso país vizinho, o Uruguai. Seu presidente, antecipadamente e em um intervalo precedido por 21 dias, avisara que não estaria presenciando o nascimento da instituição por absoluta descrença pessoal no seu sucesso. Um ruim começo para essa nova sigla, já que, dos seus onze membros, um dos mais importantes seteia a alma do projeto feito lei!

Um atraso de duas horas no começo da reunião motivou a saída do recinto, embora tenha deixado a sua assinatura para a fundação da Unasul, do presidente peruano Alan Garaia.

E, para exercitar os músculos, bebês dessa instituição, eis que puseram à mesa, nada menos do que as flerpas rudes que têm trocado entre si o Equador e a Colômbia. Pranto amargo servido para início de tudo.

O presidente Lula diz estar com a alma lavada e comparou a recém-criada instituição à já gigantesca União Européia que, ao contrário da nascente, levou 50 anos para se consolidar antes do seu nascedouro. O jeito latino de viver e sobreviver a tudo fez-se verbo aqui e pariu, sem ligar para a prematuridade, aquela que nasceu já com dentes e andando por sobre sua prima crise.

O Congresso Brasileiro não recebeu a criança com afagos. Muito pelo contrário, tratou a sua criação como uma arbitrariedade que pode, inclusive, comprometer o bloco regional – leia-se e entenda-se – MERCOSUL!

A verdade mais robusta é que o Chanceler Celso Amorim fez crescer ainda mais a sua robustez anti-espera pelas deliberações congressuais e o Presidente Lula dançou seu grande tango internacional à frente dos olhos da Europa, da América Rica e do restante do mundo. Vamos ver é se a Unasul terá mesmo a representatividade requerida a um órgão que se propõe a unir o subcontinente e fomentar avanços importantes de trocas mercadológicas ou não, com o resto do planeta. Precisa ter carne farta e olhar de lince. A globalização não deixa que sobrevivam os raquíticos que fogueiam no forjamento de nascimentos como esse.