QUAL O MENOS PIOR?

INTERNACIONAL – (de Guarulhos – SP) Dada como certa a candidatura de Barack Obama para Presidente dos Estados Unidos da América, criou-se um dos tantos rótulos que os estadunidenses já estão acostumados a lidar; também pode estar se criando um estereótipo tipicamente americano o que em tese é ruim para um candidato que semeia idéias de mudança.

O ultimo democrata eleito foi Bill Clinton, que ficou oito anos no topo de Washington; depois dele, o conturbado e criticado mandato de Bush, que enfrentou dentre outras coisas o trágico 11 de Setembro. Bush também ficará os oito anos no comando dos EUA e agora, mais uma vez, vê-se uma oportunidade de mudar isso tudo, através de uma mente jovem e diferente; um intelectual de cultura polida e privilegiada. Barack Obama não é um simples doutor em Ciências Jurídicas diplomado por uma das mais tradicionais academias educacionais do mundo; o moço com menos de 50 anos possui laços fortes com as culturas totalmente fora de rota dos interesses dos últimos 10 Presidentes estadunidenses; os negros, os mulçumanos, africanos e asiáticos podem estar enxergando em Obama uma oportunidade de consolidação de políticas favoráveis a eles, mas na verdade, não é assim que a banda toca.

Para se tornar Presidente dos Estados Unidos da América e por conseqüência o “homem das chaves dos mísseis”, necessita-se ser sabatinado por uma bateria de outros homens importantes e muitas vezes “anônimos”. O Presidente dos EUA jamais governará sozinho e caso isso seja uma máxima a ser alcançada pelo eleito, pode-se ver uma cena similar ao que aconteceu com JF Kennedy. O Presidente dos EUA seja negro, branco, latino ou mulçumano (algo quase impossível de acontecer) será vigiado e orientado diuturnamente por um grupo de sustentadores da fortuna do mundo e nenhum deles deixará este ou aquele moço gerir suas idéias de forma aleatória, irresponsável ou inconseqüente.

Não pensem os negros, latinos, mulçumanos, asiáticos que se Obama for eleito, que a terra do “Tio Sam” se tornará um paraíso e que seus opressores (supostos) serão encarcerados, mortos e decapitados; antes de tudo, Obama é estadunidense, de sangue estadunidense; mesmo que seu pai e padrasto tenham sido de outras etnias, sua mãe era “americana” e foi nos EUA da América que ele se diplomou e fez carreira, portanto, Obama possui o sangue dos revolucionários que construíram a nação e é pouco provável que ele mude o curso natural do destino político do país. Barack Obama, caso eleito, não colocará jamais os Estados Unidos em rota de colisão com os interesses internos, ainda mais que ele terá ao seu lado, figuras como Jimmy Carter e o próprio Bill Clinton.

Guerras, conflitos, discórdias, petróleo, agricultura e aço, foram e sempre serão os fatores mais discutidos pelos Presidentes e jamais deixarão de existir; não será Obama (negro que quer mudanças) ou McCain (herói de guerra e partidário de Bush) que mudarão radicalmente a política interna e externa do país; os latinos continuarão sendo impedidos de morar; a Palestina ainda custará a ver seu direito a Nação ser concretizado; Cuba estará sempre na mesma posição política (até que Fidel mora); o Iraque será mantido sob vigilância; o Etanol brasileiro será um entrave na vida dos produtores de milho; as exportações serão as bolas da vez; a importação de qualquer produto sempre terá que ser submetidas às regras impostas por eles, enfim, ajustes haverão, mas nada que nos deixe felizes ao ponto de acreditarmos que “tudo será diferente”; o lema é, “tudo como antes no quartel de Abrantes”.

Quem imagina uma amizade com Hugo Chávez, uma aproximação política com a Líbia ou ainda um afastamento de Israel, pode ir tirando seu “cavalo da chuva”, pois nem Obama, nem McCain o farão; isso é tradição cultural quase secular; está arraigada na pele de cada estadunidense; Estados Unidos serão sempre os Estados Unidos da América e o resto do mundo será sempre “o resto do mundo” (na cabeça deles).

Deus salve (de fato) a América!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

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