Criança é Fogo!!
Parecem piadas, mas é apenas uma coletânea de momentos divertidos, protagonizados por elas, essas adoráveis pequenas pessoas...
Bela tinha uns treze anos. Pedrinho, o filho da empregada devia ter uns cinco, mas dizia-se seu namorado. Encostava a testa na dela, fazendo as vezes de beijos. Foi quando ela começou a namorar o Juca. Pedrinho ficou decepcionado, mas depois que explicaram que ele tinha que namorar alguém do tamanho dele, ele pareceu entender e passou a ignorá-la. Coisa de criança, o namorico com o Juca, mas um dia Pedrinho os viu trocando um selinho. Saiu pela casa inteira gritando:
- A Bela está beijando na boca! A Bela está beijando na boca! - depois, fazendo uma cara de nojo - Eeecaaaa!!
Até a mãe dela riu. E ela ficou lá com cara de quem foi pega no flagra, beijando na boca... Eca!!
Atrasada para a festinha de aniversário de uma amiguinha da filha mais velha, Tânia lembrou-se do presente. Foi uma semana corrida, ela não teve tempo de comprar nada. Passando ao lado do cemitério, resolveu tentar uma das floriculturas de lá. Havia umas três ou quatro funcionando e ela escolheu um bonito arranjo de flores brancas, perfeitas para presentear uma mocinha. No carro, lembrou-se de recomendar à filha mais nova:
- Lili, não fala onde nós compramos as flores, tá bem? A Aline pode não gostar da idéia de ganhar flores da porta do cemitério.
- Tá bem, mamãe.
Adivinha o que foi a primeira coisa que a pequerrucha desembuchou, antes mesmo de cumprimentar a aniversariante, em tom de voz suficientemente alto para ser ouvido por todos os presentes à festa...
Andréa também era danadinha. Com cinco aninhos, foi deixada no carro por apenas alguns instantes enquanto seu pai destrancava o portão. De repente, enquanto procurava a chave, ele ouviu sua vozinha esganiçada gritando:
- Ai, minha nossa! Ai, minha nossa!
Ao virar-se para ver o que acontecia, deparou-se com ela parada em pé, quase ao seu lado, as mãozinhas na cabeça, olhando e gritando enquanto o carro descia descontrolado a ladeira para espatifar-se num muro mais abaixo. Ao tentar desembarcar, foi atrapalhada pela alavanca do freio de mão e não pensou duas vezes antes de abaixá-la. Felizmente, ela desembarcou antes que a gravidade vencesse a inércia.
Leila estava no supermercado com a mãe e duas sobrinhas. Lalá, a mais novinha, passou todo o trajeto pedindo coisas. Até que, ao chegarem ao caixa, viu uma caixinha de camisinhas, preta com um enorme morango desenhado. Pensando ser chocolate, pediu:
- Compra, vó?
A mãe, distraída, respondeu, antes que Leila pudesse dizer alguma coisa:
- Agora não, Lalá... você vai jantar, já, já...
E a garotinha, mais rapidamente ainda, levantando a caixinha e a voz:
- Compra, vó! Pra depois do jantar!!
Serginho, devia ter uns seis, sete anos, quando, ao ver o pai deitado no sofá, vestido apenas por um bermudão velho, disse-lhe preocupado:
- Papai, veste a camisinha, senão você pega AIDS.
Lipe pediu:
- Qué baiinha...
A babá:
- Agora, não, Lipe... Senão você não come direito.
- Qué baiiiinha!! Agora!! - ordenou.
- Não, Lipe. Já falei.
Lipe não se controlou. Virou-se bravo para ela e gritou a plenos pulmões:
- Você num manda ni mim!
E completou, no melhor estilo Quico do Chaves:
- Gentalha! Gentalha!! - para desespero dos pais que assistiam à contenda, até então, sem a intenção de intervir.
Paula, onze anos, dava banho no irmão caçula, de três, tomando banho junto. Numa das vezes, menstruada, terminado o banho, colocou o absorvente. Ele olhou pra ela e para aquele volume azulado transparecendo sob a lingerie. Atencioso, alertou:
- Mana! Você esqueceu o sabonete dentro da sua calcinha...
Eu tinha dezenove anos, quando meu irmão, Guto, sete anos de difetença, me fez o maior elogio da minha vida:
- Nena, você é tão bonita! Se você não fosse minha irmã, e nem tão coroa, eu namorava você!
Bruno é um crianção. Mais criança do que os filhos de 3, 5 e 7 anos. Um dia, o mais velho, cansado das brincadeiras meio brutas do pai, apelou:
- Pai! Não quero mais brincar com você. Você judia muito de mim.
Bruno ficou meio decepcionado, mas conhecendo sua cria, assentiu, sabendo que a decisão não duraria muito.
Jogou-se na cama com os outros dois e puxa perna de um lado, faz cócegas do outro, aquela bagunça. O mais velho só olhando, quieto num canto.
Não agüentando mais ficar de fora daquela farra, pediu:
- Tá bem, pai, judia de mim também. Mas só um pouquinho, tá?
Mas, a pior mesmo foi o Lauro. Ele não podia ver o filho pelado que, de molecagem, puxava o pintinho do menino. Não era um puxão, era mais uma ameaça. Mas era só o pai chegar para o molecote fazer pose de barreira.
Um dia, passando uma temporada na casa da sogra, Lauro tomava banho com o garoto e distraiu-se enquanto pegava o xampu.
O garoto, vingativo, pendurou-se, as duas mãozinhas, no pinto do pai, que deu um berro atraíndo a família inteira para a porta do banheiro.
Num fio de voz, acalmou a todos do lado de fora, dizendo ter batido o joelho na parede.
Recuperado, saiu do banheiro achando que tudo seria esquecido, quando o moleque aparece, satisfeito, andando no melhor estilo cowboy:
- Puxei o pinto do pa-pai! Puxei o pinto do pa-pai!
Não há como negar... O Lauro mereceu...
Se criança é fogo, adulto que pensa que é criança é combustível de foguete!!
Imagem daqui.