JULIUS CAESAR - Berenice Heringer

Que coisa sensacional! As palavras latinas não precisam de acentos!

Adorei o filme que vi recentemente no canal 50. Acho que todas essas obras-primas da sétima arte foram filmadas em Roma, na Cinecittá. Maravilhosas! Aí é que posso reafirmar em alto e bom som: a Arte não precisa da tecnologia. Tais perfeições foram elaboradas na década de 50. O ator que faz o papel principal é lindo, um perfeito exemplar romano de nariz grego e o corpinho da estátua de Davi do Michelangelo.

Em Roma, como os romanos. E todos os caminhos levam a Roma. Alea jacta est! Chequei, ví e venci! Esta foi a máxima de Julius Caesar, sempre, ao vencer mais uma batalha e conquistar maiores glórias e regressar atravessando o Rubicão à sombra das Sete Colinas romanas. Júlio César, ou melhor, um Caio Julius que chegou a Caesar, descendente direto do deus Apolo, é mostrado no filme como um homem sensível, amoroso e culto, casado a 1ª vez com Cornélia, (que lhe deu Júlia, sua única filha) e que morreu depois do parto. Sua segunda mulher foi Calpúrnia, que nem teve tempo de engravidar, pois o marido logo estava em demanda de terras da Ásia Menor e da África para ampliar o poderio de Roma.

Examinando assim a história, vê-se o porquê do orgulho pátrio e racial dos italianos. Claro que todos eles e cada um de per se considera-se um César, um gladiador, um enfrrentador de leões nas arenas populares. Panis et circus. Alimento e diversão. Emoções fortes e arrebatadoras de um povo em conecção direta com os deuses do Olimpo.

No filme, Julius Caesar tem acessos de epilepsia. O "grande mal" de que alguns gênios sofrem ao longo da história. Um outro célebre é Dostoiéviski, que além de Crime e Castigo, uma obra-prima da literatura universal, ainda escreveu O Idiota e o Jogador.

"Até tu, ó Brutus?" Consta que teria sido esta a exclamação de Júlio César ao ser assassinado covardemente por uma turba de senadores, mas foi Brutus, juntamente com Cassius, os articuladores da traição, os primeiros a desferir golpes de punhal em César. Ele contava 56 anos de idade. Mas na película o ator estava tão belo quanto um Adonis em seus melhores dias. Foi com esta mesma idade que morreu Nietzsche.

Quanto ao encontro com Cleópatra, a gente não presta muita atenção, pois ela não chega aos pés daquelas beldades romanas, todas elas Afrodites, Minervas, Têmis e ninfas dos rios, lagos e fontes dos bosques de Pã. Aparece um bebê nos braços da rainha egípcia, que havia ido para Roma. O menino tem cabelos pretos e ela afirma ser filho de Caius Julius Caesar.

Calpúrnia se consome de ciúmes, mesmo já estando divorciada, pois não dera a César nenhum herdeiro. Entretanto, o amava e tem um pressentimento de que ele seria assassinado pelos seus pares no Parlamento. Quando chega lá é tarde demais.

"Há em César mais de um Mário". Sila, sogro dele, pai de Cornélia.

"Os Julios antepassados de nossa família descendem de Vênus. Assim, misturam-se à nossa raça a santidade dos reis que tão poderosa influência exercem sobre os homens, e a majestade dos deuses, que mantêm debaixo da sua autoridade os próprios reis." CJC

Vila Velha, 1º de junho de 2008.

Berenice Heringer
Enviado por Berenice Heringer em 04/06/2008
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