DESEMPREGO

Quatro horas, diárias e geralmente matutinas, são meu gasto rotineiro à busca de emprego. Hoje completam seis meses de inclusão na classe: desempregados. O grande problema é que a comemoraçao desse aniversário não reveste-se de alegria alguma, ao contrário, comemoro meus seis meses de desânimo completo. Formei-me em Direito, e logo iniciei minha Pós Gradução, e embora as aulas tenham incentivado o pouco que me resta de esperança - a qual pretendo continuar agarrada, como instinto de sobrevivência natural -, não há vagas. Melhor, há vagas aos experientes, ponto.

Confude-me, hoje, a garantia que um curso superior pode nos oferecer. Confunde-me até o nível de especializaçao, no sentido de entender qual importância (real) tanto estudo nos traz na prática, pois o que tenho visto é uma infinidade de ofertas de empregos, salários baixos e resistência máxima exigida, mas todos, todos pedem: experiência sólida na função. Ora, como adquirir experiência, se ninguém está disposto a me condecer a primeira delas? Como ser tão conhecedora, se nenhuma porta pode ao menos ser entreaberta para os meus (quase) seis anos de estudos? Afinal, empregadores, quem será bom o suficiente para vocês?

Ainda que o cansasso da esperança queira nos trazer (desempregados) desistência, temos que continuar essa interminável jornada em busca de oportunidades, e, ao final, mostrarmos que podemos sim, e muito mais que esperam de nós.

Ie
Enviado por Ie em 03/06/2008
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