CAMINHADA A BEIRA MAR
No último dia 08, “Dia Internacional da Mulher” foi muito comemorado, divulgado até com certo exagero, estardalhaço mesmo! Seria alguma forma de reivindicação para um resgate de algo que parece estar desaparecendo?
Comecei o dia com uma boa caminhada a beira mar. O dia estava lindo e o mar quase cheio, às sete da manhã, convidava para o banho. Sentindo as ondas acariciarem meus pés, caminhava lentamente apreciando toda sua beleza. A beleza do dia, das pessoas que passavam... Umas vindo e outras voltando, nas mais variadas “formas de gente”. Comecei a imaginar a vida de cada uma delas. Algumas:
Bem iguais.
Outras, bem distintas.
Únicas mesmo!
A maioria era de:
Gente bonita, de vida difícil,
Gente feia, de vida fácil.
Gente bonita, de vida fácil.
Gente feia, de vida feia.
Imaginei se fosse diferente... Qual seria a beleza e a graça?
Olhei então para mim e o que vi foi uma sombra enorme na horizontal, refletida na areia que me acompanhava fiel e em perfeita harmonia com o céu, a terra e o mar... 1,2,3, 4 respiro... 1, 2, 3,4 respiro... E sem perder o fôlego, lá ia eu na beira do mar... 1,2,3,4...
De repente, algo de inusitado me chamou a atenção: era um homem, de meia idade, em plena forma, que corria com um lindo buquê de rosas vermelhas na mão. Sorri escancarado e feliz por homens assim ainda existirem e, por perceber a cara de espanto dos rapazes que faziam uma espécie de surf, ali na beirinha do mar, com um esquisito objeto de madeira redondo.
E, exatamente como eu, que nunca tinha visto aquele esporte, eles também nunca tinham visto um homem correndo, com um buquê nas mãos. Por pouco, não levaram um tremendo tombo.
Continuei... 1, 2, 3,4... E conjeturando: o que aconteceu de tão grave para a maioria dos homens esquecerem o valor de declarar o seu amor à mulher amada, através de um buquê de rosas vermelhas ou, simplesmente, uma rosa, símbolo de tão belo sentimento?
O que aconteceu com o cavalheirismo? Com a conquista, através dos belos gestos e toda a grandeza do sentimento puro, nobre e simples?
A mulher feminina, elegante, educada, frágil desapareceu? Claro que não! Por mais moderna que ela seja, existe e existirá sempre. Pode até ficar bem escondidinha esperando apenas ser encontrada pelo príncipe encantado. Leia-se um cavalheiro, romântico e bem educado. Daí então:
Ela saberá amar como nenhum outro ser.
Deixa-se cuidar...
Proteger...
Sendo, ela quem cuida e protege.
MAS, ELE NÃO PRECISA SABER!
Por mais que nós mulheres tenhamos contribuído para uma catástrofe tão grande acontecer, ainda existe o desejo de sermos tratadas com delicadeza e romantismo. Precisamos deixar visível nossa fragilidade, delicadeza, mesmo que ela seja só aparente. Quem sabe assim, consigamos resgatar tanta coisa linda e significativa para nós e que nos faça, cada vez mais, florescer, perfumar e continuar mulheres plenas e belas.
Vamos dar um basta para o pensamento de que os direitos são iguais e tal. Pois eles não são!
TEMOS MUITO MAIS DIREITOS, SOMOS MULHERES!
PARE! DEIXE-ME PASSAR!