FAMÍLIA MODERNA - MONSTRUÁRIO - Berenice Heringer

O pessoal da década de 70 do séc. passado comanda o espetáculo atualmente. Eles não entendem nada de dramaturgia, cenografia, orquestração. A gente pensa que o desarranjo intestinal nas famílias é aquele piriri dos morros e favelas, os proletários do socialismo, os Miseráveis de Victor Hugo, os pobrezinhos de Deus de São Francisco de Assis.

Mas é a classe média-média que pode fornecer a amostragem do que está acontecendo nesses lares-doces-lares adoçados com zerocal. As moças casadoiras viram procriadoras rapidinho, mesmo antes de subir ao altar ou de assinar o livro no cartório. Elas estão perdidas. São como aquelas "virgens prometidas" aos cavaleiros, que tinham de andar no escuro por uma estrada estranha e bater numa porta que se abriria, talvez. Muitas se desviaram pelo caminho. Não se preveniram. Não abasteceram as lamparinas com azeite, ficaram dando voltas e debandaram. As de hoje acham a trilha de qualquer jeito...E depois pensam que Santo Antônio as enganou...Se arrependimento matasse!

Camila Paglia, antropóloga americana, disse que procurar pai para o filho é que mantém os acasa-lamentos por até quatro anos. Depois a fêmea sai à procura de novo provedor,. mantenedor e doador de sêmen. Gentem! Foi ela que afirmou isso! Só estou repetindo como o louro josé da AMB. A minha perplexidade foi exacerbada pelo programa SUPER NANNI, um dos melhores, um crivo revelador nu e cru da situação atual da família brasileira.

O Ministério do Bem-Estar Social (existe?) deve contactar e contratar a competente e excelente educadora CRIS POLLI, com a máxima urgência. Formar grupos sob a orientação desta psicóloga e implantar tal eficiência e eficácia em cada município brasileiro. Acabar antes com esses onerosos e ineficientes programas de des-amparo à criança e ao adolescente, os conselhos tutelares e essa coisarada toda.

As famílias apresentadas nos programas da Super Nanni estão perdidas. São muito incompetentes, não têm a menor capacidade de se gerenciar, uns trintões e mesmo quarentões com sídrome de Peter Pan, as mulheres histéricas, xingadoras, batem nas crianças e adolescentes, os quais, por sua vez, logo revidam. Usam facas, paus, cabos de rodos e fazem birras homéricas. E Cris Polli não perde a classe! Todos presos nas armadilhas armadas por eles mesmos. As mulheres não sabem o que é criar uma família e enchem a casa de filhos. Um casal de São Paulo tinha sete rebentos! Houve um pai-médico que não caiu do pedestal. Acho que a Super Nanni desistiu. A mudança no comportamento deles foi só aparente. Logo voltam ao jogo antigo...

Os pais sem educação, atrasados, indisciplinados, querendo ser disciplinadores na base do grito, do cinto, da coação e dos golpes baixos. Completamente despreparados. Perderam o senso de civilidade. A mulher do programa de ontem tem uma cara equídea, fuma o tempo todo e está no último grau de depressão e arrependidíssima da burrada que fez. E vai surtar a qualquer momento. Mas ainda vai ter muito espaço para assustar as criancinhas no túnel do terror. O Monstruário aí em cima é de monstros mesmo, amostragem bi-anal de incompetência e irresponsabilidade. O gordinho-pai é milico mas não baixa o cassetete. Até que melhorou no decorrer da intervenção da Super Nanni. E, na sua diabólica ignorância, quer ter mais mais filhos, sendo que já encheu a casa de dois quartos com quatro.

Estes são os Incríveis eróis urbanos que a Super-hiper-extra-ultra Nanni tenta resgatar da Terra do Sempre, onde todos se perderam e não acham mais o caminho do auto-resgate.

Vila Velha, 1º de junho de 2008 Berenice Heringer.

Berenice Heringer
Enviado por Berenice Heringer em 03/06/2008
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