A CARTA

Abaixo da testa enrugada pelos anos de sofrimento, dois olhos marejados fitam as letras desalinhadas daquela simplória carta e uma boca trêmula balbucia cada palavra, sílaba por sílaba. A luz da lamparina é testemunha e confidente naquele momento em que a saudade e a emoção se abraçam. No radinho de pilha uma música triste enche o quarto com seus tons nostálgicos, fazendo lembrar um tempo que não volta mais.