Segundas-feiras
Deveriam instituir, por força da vontade da nação (tenho certeza que há uma vontade geral!), que poderiam os cidadãos brasileiros e estrangeiros residentes neste País, em todas as segundas-feiras, mais tarde chegar ao trabalho. Se tantas dispensas há no Brasil, por que não conceder mais uma a seu dileto povo? Se assim fosse, hoje eu não teria acordado bem cedo, a contragosto - que falem minhas pálpebras que tanto custaram levantar -, não teria tomado um banho gelado e um café da manhã às pressas, tudo para cumprir a obrigação laboral de início da semana.
Penso que o dia de segunda-feira seja o mais apático de todos os dias da semana. Talvez o culpado disso seja o seu antecessor, o domingo. O dia de domingo nos foi conferido para fazermos o que der na telha. Há quem goste de utilizar o tempo disponível aos domingos para sair com a família ou amigos, ou simplesmente para nada fazer. De qualquer forma, ao final do dia sempre vem aquela tristeza pelo domingo que se acaba e uma certa chateação pela segunda-feira que se anuncia.
Nunca gostei das segundas-feiras, confesso. Quando estava nos tempos de escola, irritava-me acordar bem cedo nesses dias, sem ter tempo nem para espreguiçar-me os músculos. Meu organismo nunca estivera preparado para isso, e ainda não está. Mas irritado eu ficava, quando nesses mesmos dias havia alguma obrigação mais dificultosa para cumprir; uma prova, por exemplo. Marcar prova para segunda-feira não é coisa que se deva fazer, bem como marcar reuniões, audiências etc. Eu mesmo não faço isso.
A meu ver, a segunda-feira, principalmente sua manhã, deveria ser tratada como uma extensão do domingo, deveria ser recheada de despreocupação, deveria ser leve, sem muita coisa para fazer ou para cumprir; afinal, sabemos que até o término da semana ainda existirá a terça, a quarta, a quinta, a sexta, por vezes até o sábado, para toda e qualquer obrigação que tiver que ser feita.