A RESPEITO DE NADA

Já dizia o escritor Scott Fitzgerald, que “Suave é a Noite”, com o que concordo e, entre um bocejo e outro, é que me encontro aqui entregue a reflexões vazias a respeito de nada. E o nada para mim neste momento é o assegurado por Luiz de Camões, de que “Jamais haverá ano novo se continuar a copiar os erros dos anos velhos”.

A propósito, não é que o senhor dos Lusíadas tem lá sua razão? Entra ano, sai ano e quais as perspectivas reais no campo político e pessoal para meio mundo se tudo permanece no mesmo “statu quo”: error, faut, mistake, incorrectness, wrong, blunder, oversight, o escambau pra tudo quanto é lado e nós convivendo e aceitando placidamente tudo que nos é servido de bandeja, parecendo - como afirmou certa feita o saudoso Tancredo Neves - mais um bando de deserdados cujo patrimônio é a esperança.

E, neste pensar vadio, vou continuar atirando - usando para tanto, pedras e estilingues dos outros – embora este meu jeito de ser desagrade a gregos e troianos. Mas, vejamos quem me empresta a primeira pedra... Diante da atual “conjuntura” ( ó palavrinha desgastada, senhor!) que tal uma acertada na testa com uma pedra de D. H. Lawrence, autor de “O amante de Lady Chatterley” por ter dito: “Já não há caminhos fáceis à nossa frente: temos de contornar os obstáculos, pular por cima deles – e isso porque temos de viver, seja qual for a extensão do desastre havido”.

Vai você agora, Voltaire, atira a sua! E não vale plagiar..., lhe dou o mote: FELICIDADE. Diz lá: E assim falou Voltaire: “ Felicidade é um estado de espírito; por conseguinte, não pode ser duradoura. É um nome abstrato composto de algumas idéias de prazer”. Ai, ai, indago eu: Quem há de discordar...?

Quem está me espreitando aqui, todo tedioso. jogando uma pedrinha pra cima é o Sinclair Lewis. E eu vos digo: Fala grande filósofo! O vosso mote será o TÉDIO. E ele falou: “ E se há solução para o tédio, não o conheço. Se conhecesse, seria o primeiro filósofo que teria inventado um remédio para a vida.” Coisas de filósofos...

E uma pedrinha no amor, quem jogará? Vem cá Eça de Queiroz, “canta” esta pedra aí! E o “portuga” mandou ver: “ O amor é essencialmente perecível, e na hora que nasce começa a morrer”. Será...?

Fica triste não seu Machado, a última pedra é vossa. Aqui até que cabe o vosso Ó temporas, ó mores, para culminar com a sentença “ Tudo acaba leitor; é um velho truísmo a que se pode acrescentar que nem tudo o que dura dura muito tempo”. ACABOU.

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 02/06/2008
Reeditado em 04/06/2008
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