Domingo no Parque

Estamos prestes a entrar no verão na Suécia, mas aqui não se fala que estamos na primavera, a primavera e verão se torna apenas verão segundo os suecos.

O país está lindo, os pássaros gorjeiam, as árvores estão como se estivessem desfilando sua nova roupagem, ora chapiscadas de verde muito claro, ora verde claro, ficará verde escuro, ficará amarelo, ficará vermelho, ficará seco até chegar no branco da neve, mas no momento elas estão vestidas de verde claro.

Junto com aparecimento do Sol, o verde, o canto dos pássaros, as aparicões dos veados em nossos jardins, os lendários alces(até então, eu não havia visto algum) e os habitantes deste pedaço de terra saem de suas tocas para as ruas, com um sorriso largo no rosto, visto que no inverno as pessoas são sombrias. Esse sorriso das pessoas vêm com a luz do Sol que todos os dias nos contempla durante alguns meses.

Perdi boa parte do meu suposto verão, apenas em casa ouvindo o canto dos pássaros, assistindo de camarote este desfile de transformacão das árvores e na internet conversando com a família e amigos.

Domingo na net com uma amiga, ela saiu dizendo algo assim: "Vou fazer alguma coisa pelo meu domingo além de ficar ouvindo canto de passarinhos".

Eu gosto do canto dos pássaros, mas aproveitando seu comentário resolvi agredar algo mais ao canto dos passarinhos, fui fazer piquinique no parque com amigas.

A princípio era apenas eu e uma amiga e surgiu várias ligações as quais fizeram com que houvesse um encontro de brasileiros no parque.

A Suécia tem muitos parques, há muito gramado debaixo das árvores e as pessoas tomam Sol mesmo nas praças, aqui tem praias (não praias lindas como as do Brasil), mas algumas pessoas vão mesmo no parque e tomam Sol. É comum se ver gente fazendo churrascos na grama, (não se preocupem com incêndios, os grelhados aqui são práticos e suecos são neuróticos por seguranca).

Vi vários aglomerados de todas as nacionalidades, até acho que a Suécia é a verdadeira "Torre de Babel".

Foi um domingo de amenidades, aqui tudo é disciplinado, todos conversam baixo, as músicas são baixinhas para não incomodar o grupo do lado. Porém nós brasileiros (turma do barulho) é que atraímos os olhares das pessoas, falamos alto, rimos, fazemos piadinhas, chutamos bolas, dividimos tudo o que temos, e se falta copo, as garrafas até viram um "cachimbo da paz".

Voltei de tunelbana(metrô) pra casa com minha bolsa térmica na mão(eu não faria isso no Brasil) e meus devaneios...

Como seria um domingo no parque no Brasil: primeiro me ocorreu "Domingo no Parque" programa exibido na TV pelo Apresentador: Gugu Liberato, segundo, as noites de domingo quando eu era ainda adolescente na praça de Cravinhos.

Por volta de 1980 mudei de Araguari para Ribeirão Preto e os passeios com meus amigos eram em Cravinhos, cidade próxima de Ribeirão, lá tem uma praça conhecida por seu estilo de passeios. Os homens ficam em pé enfielirados e parados, fazendo um correndor onde as mulheres circulavam. Eu andei neste corredor uma única vez, eu recusei outras vezes, por que me senti, como se estivesse desfilando para ser escolhida por algum pretendente. Jesus toma conta!

E eu não desejava ser a escolhida, eu também queria fazer parte da escolha. Lembrei também que em Ribeirão Preto tem dois parques ecológicos destinados a passeios e caminhadas e são eles: Parque Tom Jobim e Curupira, no Curupira nas tardes de domingo tem um facilitador de Tai chi: Eu, meu filho e minha ex nora as vêzes íamos lá, eu particiava da aulas de tai chi, meu filho e minha nora me assistiam e riam quando eu fazia movimentos atrapalhados e ainda nas manhãs de domingo íamos ao Museu do Café com apresentacão de capoeira e café da manhã, seguida de um "chorinho", há dancarinos e até professores a disposição.

Não há quem valorize essas coisas no Brasil e eu sinto saudades disto.

Escrevi sobre este assunto a pedido de um escritor do Recanto e obecendo meu professor, aqui está minha redacão de final de semana.

Às vezes pensamos em algo avassalador para nos tornarmos felizes, mas estas amenidades é que constrói uma "colcha de retalhos" unindo nossos momentos felizes. E ser feliz não é necessário embebedar ou estar em êxtase, mas sim deixá-la fluir nestas pequenas coisas que deixamos de valorizar pensando em algo explendoroso.

Descubra um parque em sua cidade, faça pequiniques, no meu só faltou formigas, ops! Pensando bem apareceu uma sim, e brasileira picando no intuito de chamar atenção, mas o grupo é crescido e sabe se defender bem destas formigas.

"A verdadeira beleza está nas coisas simples da vida" - Sei não quem escreveu isto, mas completo ...a felicidade está próxima da gente nestes momentos simples, até numa conversa de amigos, de irmãos, pai e filho traz a felicidade que tanto buscamos.

Stockholm, 2 de junho de 2008

gisaonline
Enviado por gisaonline em 02/06/2008
Reeditado em 13/05/2021
Código do texto: T1015679
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