Estocolmo espalha-se por um arquipélago formado por uma infinidade de ilhotas ligadas por pontes e entrecortadas por canais. De um lado, as ilhas são banhadas pelo lago Melaaran e do outro pelo mar Báltico.

De barco desde Enköping até Estocolmo pelo lago. Aproxima-se lentamente a cidade, vê-se as torres ao longe, os canais, a casa de Alfred Nobel (inventor da dinamite e que deixou toda a sua fortuna para premiar as iniciativas pela paz e pela ciência). A Stadshusset (prefeitura) onde é feita a entrega de um dos premios Nobel, as igrejas, os castelos, o Kungslottet ou Palácio Real onde habitam o rei Carl Gustaf e a rainha Silvia, que gostamos de acreditar que é Brasileira mas é Alemã.

O cuidado com os detalhes, a história, a limpeza e a harmoniosa convivência entre o passado, o presente, a natureza e o futuro. Poderia um perfeccionista desejar que Estocolmo tivesse cores mais vivas, que o seu céu fosse menos carrancudo, que os seus ventos fossem menos gelados, que houvesse mais gente nas ruas, que, enfim, pulsasse um pouco mais. Como não sou desse tipo, direi apenas que para uma cidade nórdica, nada falta a Estocolmo.

A Gamla Stan ou cidade baixa, com seus inúmeros registros das intermináveis guerras com a Dinamarca, finalmente o ancoradouro bem em frente ao Grand Hotel.

Hospedei-me aí durante uma reunião e almoçei numa mesa próxima a do Ministro das Relações Exteriores da Suecia. Terminada a refeição discretamente cumprimentou os que o haviam reconhecido, saiu e, a pé, cruzou a ponte que separa o hotel do prédio dos ministérios. Sem aparato, segurança, sirene, abre-alas, nada. Sem frescura.

Fiquei pensando se algum dos figurões Brasileiros teria coragem para se misturar ao povo daquela forma. 

Leo Della Volpe
Enviado por Leo Della Volpe em 01/06/2008
Reeditado em 12/09/2009
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