À beira do Gramado
Ganhamos do Canadá. Que venha a Venezuela! Mostraremos à arrogância de Chaves, o que pode a criatividade canarinha de Mineiro, Gilberto e companhia. Tendo o Dunga como comandante e Galvão Bueno no “ terra à vista”, o que temer? Somos uma esquadra de dar inveja ao poderio britânico à época do bloqueio continental que, peitando Napoleão, permitiu que a Família Real navegasse num mar de Almirante. Somos o que somos e, após o dificílimo jogo, entendemos a mensagem do Governo Lula: o brasileiro não desiste nunca! Jogamos como nunca para superar a supremacia bilingüe. Não há por que temer os temíveis paraguaios. Mesmo jogando em Assunção, estaremos blindados pelo espírito de Caxias que, em simples batalhas, dizimou um povo inteiro. E a Argentina? Jogando em Minas, poderemos mostrar a diferença entre ouro e prata. Somos uma nação de chuteiras a dar carrinhos nos que nos querem fracos.
Estamos de almas lavadas. Se Saldanha fosse vivo, estaria emocionado com os comentários do Falcão enumerando as habilidades de um Josué; a presença de espírito de um Luiz Fabiano e a esperteza felina de um Júlio César. Pois é, a César o que é de César: um frango. Mas depois... Depois foram golpes -de -vista com a bola passando em direção à arquibancada. Era a pressão canadense. No final do jogo, o susto. Uma falta quase na intermediária. Galvão reclamou dos acréscimos. Sua voz tinha o timbre da angústia do “ e se o gol sair agora?”; Arnaldo César Coelho nos explicava que a falta fora uma falha do juiz. Tensão aos 48 do segundo tempo, mas felizmente, cobrada a penalidade, o atacante canadense estava com a cabeça em outro lugar.