ANSIEDADE

ANSIEDADE.

Como vou te contar?...

Não se sabe, pois sou eu que vou contar.Sei que era uma janela aberta, sem-vergonha para um quintal que nada oferecia, e ainda tinha uma árvore que era nada e por quase nada não fora nem tronco.

Sabe-se que é daí – de isto tudo que se tem – podia se ver um nada vivendo lá fora.E mais lá fora ainda um quase tudo que se espera.

Subiam-se degraus que não era de uma escada, e sim da grade do que um dia fora um berço, e assistia por além do muro...O quê?Que se pode descrever? Que se pode dar para viver? É tão pouco o que se tinha ali afora, que o melhor era ter reservado para depois.Afinal depois é tão seguro.Já é assustador e pode matar mesmo não sendo nada.

O mau é que não se estar para esperar.O olhar vive da fome de ver.E tudo tem que ser já, já, já...

Já é tão já, que quem o inventou, apenas o fez na velocidade, duas letras.

E se sabe que depois – sem ter sido reservado – espairou-se no ar dentro do que já, já se reservara.