De um modo geral, o povo brasileiro é participativo do carnaval e fica empolgado nos três dias de folias. Antecipa até mesmo o entrudo com sugestivos nomes, para justificar motivos da farra louca, precedente aos dias previamente marcados à quarta feira de cinzas. Assim ocorriam os bailes, banhos de mar à fantasia, batalhas de confetes, ensaios das escolas de samba e outras significativas designações.
Toda camada social e a diversidade das atividades profissionais, inimagináveis, organizam as ruidosas folganças. O austero poder judiciário não poderia fugir à regra, justificável até, porque seria um congraçamento entre todos os seus membros, sem que houvesse quebra do decoro na ciência do direito. Concorriam à festança carnavalesca, Ministros, Desembargadores, Juizes, Procuradores, advogados e auxiliares cartorários graduados.
A repercussão foi aumentando, ano após ano, mormente no seio familiar, determinando uma providência excepcional dos organizadores, quando ele era anunciado nos jornais de grande circulação, o BAILE DA BALANÇA já havia se realizado uma semana antes, isso favoreceu aos participantes, pois no dia anunciado ficavam em suas residências, demonstrando desinteresse, como também um comportamento exemplar.
A garantia da festança era absoluta, não só da polícia propriamente dita, como da chamada polícia especial. Um funil na entrada do recinto impedia o acesso de estranhos, somente essas autoridades citadas conseguiam entrar, sendo portadores dos convites para festa, acompanhados ou não de moças, senhoras e diferentes damas.
Se o baile era realizado nos salões de festas dos hotéis de grande expressão, muitas dessas autoridades alugavam aposentos e neles trocavam de roupas, próprias à folia. Outros mudavam suas roupas em apartamentos ou casas próximas ao local.
Os salões ficavam completamente tomados; três orquestras executavam as marchas e os sambas do carnaval; alguns preferiam permanecer ocultos, protegidos por mascaras ou fantasias originais impedindo que o usuário fosse identificado. Muitas vezes derivavam problemas, um carnavalesco importante brincava com quatro moças mascaradas, impedindo maior liberdade e, inadvertidamente, dizia que iria chamar um amigo para participar do “cordão”, e uma delas, de pronto respondia aquele não, é meu marido e não sabe que estou aqui.
Os bares não conseguiam atender a todos, nem os garçons podiam satisfazer os pedidos. Uma dessas moças sequiosa de sede, desejava tomar “cuba libre”’, impossível de ser conseguida, o juiz que brincava com elas, adotou uma providência perspicaz, foi numa das mesas apanhou um dos copos meio cheio e completou com o líquido dos outros copos.Recebeu muitos beijos e agrado geral de todas.
Os neófitos ficavam surpresos com a orgia, inicialmente encabulados de entrar no salão, depois preocupados se tinham a faculdade de brincar com quaisquer folionas, temerosos que os acompanhantes viessem admoestá-los. Nada acontecia, cantava-se, pulava-se a vontade, sem que houvesse um único atrito. Valia tudo, era um festim licencioso, as raparigas se exibiam com gosto e prazer.
Aqueles novatos nem sempre estavam com a vestimenta apropriada para o baile, às vezes vinham direto do escritório ou do fórum de ternos e gravatas, quando a maioria se apresentava de “short” ou bermuda e camisas esportivas, daí porque trocavam suas roupas nas proximidades da festa. Os noviços saiam quase nus, camisas rasgadas e calças suadas, totalmente molhadas do excesso de transpiração deles, das dançarinas ou derivadas de bebidas derramadas.
O famoso baile tinha uma singularidade eram realizados das 3 horas da tarde até às 8 horas da noite, o encerramento se dava essa hora para evitar atritos no lar. Num desses bailes, realizado no antigo Cassino Atlântico, quando foi encerrado um grupo que trocara de roupa na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, após tomar banho, colocou suas roupas de trabalho e caminharam em direção a um restaurante nas proximidades, avistaram um colega Promotor Público de grande prestígio no Rio de Janeiro recostado numa arvore, com as vestimentas usadas no baile, totalmente sujo e constrangido. Foi-lhe perguntado o que está fazendo aí, ele se explicou, troquei minha roupa no apartamento de um amigo numa das ruas transversais, mas já fui em todos os edifícios e não consigo encontrar a residência do meu amigo.
A incerteza da rua tornava mais difícil, e quando não localizada e o adiantado da hora, coadjuvado com a forma que encontrava vestido, impossibilitava o porteiro do edifício dar maiores informações. Quando se viu perdido de encontrar pediu que o levasse ao 13º Distrito Policial porque o Delegado seu amigo, resolveria a situação. O colocaram num táxi, pagaram e avisaram ao motorista quem ele era, chegasse no Distrito e procurasse o titular para vir até o carro. Foi em vão, o Delegado lá não estava e ele dormiu na varanda da casa do pai, velho desembargador, que ao acordar, vendo aquela situação, mandou um outro filho apanhar roupas na casa do irmão.
Mas o enviado não era muito sagaz, pediu direto à cunhada, que no ano anterior já se conflitara com o marido devido ao celebre Baile da Balança e o pobre do Promotor sofreu as conseqüências da irrefletida imprevidência de seu irmão.
Parece-nos que o tradicional “Baile da Balança” já não é mais realizado lamentavelmente, pois trazia uma motivação diferente à circunspeção dos trabalhos forenses.
Toda camada social e a diversidade das atividades profissionais, inimagináveis, organizam as ruidosas folganças. O austero poder judiciário não poderia fugir à regra, justificável até, porque seria um congraçamento entre todos os seus membros, sem que houvesse quebra do decoro na ciência do direito. Concorriam à festança carnavalesca, Ministros, Desembargadores, Juizes, Procuradores, advogados e auxiliares cartorários graduados.
A repercussão foi aumentando, ano após ano, mormente no seio familiar, determinando uma providência excepcional dos organizadores, quando ele era anunciado nos jornais de grande circulação, o BAILE DA BALANÇA já havia se realizado uma semana antes, isso favoreceu aos participantes, pois no dia anunciado ficavam em suas residências, demonstrando desinteresse, como também um comportamento exemplar.
A garantia da festança era absoluta, não só da polícia propriamente dita, como da chamada polícia especial. Um funil na entrada do recinto impedia o acesso de estranhos, somente essas autoridades citadas conseguiam entrar, sendo portadores dos convites para festa, acompanhados ou não de moças, senhoras e diferentes damas.
Se o baile era realizado nos salões de festas dos hotéis de grande expressão, muitas dessas autoridades alugavam aposentos e neles trocavam de roupas, próprias à folia. Outros mudavam suas roupas em apartamentos ou casas próximas ao local.
Os salões ficavam completamente tomados; três orquestras executavam as marchas e os sambas do carnaval; alguns preferiam permanecer ocultos, protegidos por mascaras ou fantasias originais impedindo que o usuário fosse identificado. Muitas vezes derivavam problemas, um carnavalesco importante brincava com quatro moças mascaradas, impedindo maior liberdade e, inadvertidamente, dizia que iria chamar um amigo para participar do “cordão”, e uma delas, de pronto respondia aquele não, é meu marido e não sabe que estou aqui.
Os bares não conseguiam atender a todos, nem os garçons podiam satisfazer os pedidos. Uma dessas moças sequiosa de sede, desejava tomar “cuba libre”’, impossível de ser conseguida, o juiz que brincava com elas, adotou uma providência perspicaz, foi numa das mesas apanhou um dos copos meio cheio e completou com o líquido dos outros copos.Recebeu muitos beijos e agrado geral de todas.
Os neófitos ficavam surpresos com a orgia, inicialmente encabulados de entrar no salão, depois preocupados se tinham a faculdade de brincar com quaisquer folionas, temerosos que os acompanhantes viessem admoestá-los. Nada acontecia, cantava-se, pulava-se a vontade, sem que houvesse um único atrito. Valia tudo, era um festim licencioso, as raparigas se exibiam com gosto e prazer.
Aqueles novatos nem sempre estavam com a vestimenta apropriada para o baile, às vezes vinham direto do escritório ou do fórum de ternos e gravatas, quando a maioria se apresentava de “short” ou bermuda e camisas esportivas, daí porque trocavam suas roupas nas proximidades da festa. Os noviços saiam quase nus, camisas rasgadas e calças suadas, totalmente molhadas do excesso de transpiração deles, das dançarinas ou derivadas de bebidas derramadas.
O famoso baile tinha uma singularidade eram realizados das 3 horas da tarde até às 8 horas da noite, o encerramento se dava essa hora para evitar atritos no lar. Num desses bailes, realizado no antigo Cassino Atlântico, quando foi encerrado um grupo que trocara de roupa na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, após tomar banho, colocou suas roupas de trabalho e caminharam em direção a um restaurante nas proximidades, avistaram um colega Promotor Público de grande prestígio no Rio de Janeiro recostado numa arvore, com as vestimentas usadas no baile, totalmente sujo e constrangido. Foi-lhe perguntado o que está fazendo aí, ele se explicou, troquei minha roupa no apartamento de um amigo numa das ruas transversais, mas já fui em todos os edifícios e não consigo encontrar a residência do meu amigo.
A incerteza da rua tornava mais difícil, e quando não localizada e o adiantado da hora, coadjuvado com a forma que encontrava vestido, impossibilitava o porteiro do edifício dar maiores informações. Quando se viu perdido de encontrar pediu que o levasse ao 13º Distrito Policial porque o Delegado seu amigo, resolveria a situação. O colocaram num táxi, pagaram e avisaram ao motorista quem ele era, chegasse no Distrito e procurasse o titular para vir até o carro. Foi em vão, o Delegado lá não estava e ele dormiu na varanda da casa do pai, velho desembargador, que ao acordar, vendo aquela situação, mandou um outro filho apanhar roupas na casa do irmão.
Mas o enviado não era muito sagaz, pediu direto à cunhada, que no ano anterior já se conflitara com o marido devido ao celebre Baile da Balança e o pobre do Promotor sofreu as conseqüências da irrefletida imprevidência de seu irmão.
Parece-nos que o tradicional “Baile da Balança” já não é mais realizado lamentavelmente, pois trazia uma motivação diferente à circunspeção dos trabalhos forenses.