...... QUANDO URUBU TÁ DE AZAR, ........ !

Já dizia minha vó, " quando urubu tá de azar, o de cima caga no de baixo ". Minha vá tinha cada uma, verdadeiras pérolas. Eu me pego vêz em quando, pensando nela e nas sua deixas. As vêzes, fico morrendo de rir sozinho.

Quando cheguei da faculdade, encontrei Gumecindo, (Meu Deus, sempre me pergunto, quem teria colocado esse nome nele, já lhe perguntei, e ele sempre se esquivando, nunca me responde, deve ser prá eu não lhe sacanear mais do que já faço). Sentado no murinho da varanda. Com cara de quem comeu e não gostou nem um pouco do tempero. Chamei-o para tomar uma bem gelada. ( Sabe como é né, sexta-feira, sem chuva. Fez sol a tarde toda. Merecemos). No caminho, pergunto-lhe o que havia acontecido. E ele me vem com mais essa.

Acordou atrasado, devido ter ido dormir as 04:hs da manhã. Havia saído com a turma do trabalho prá tomarem todas. Tomaram. Ele apagou, literamente. Mesmo tendo acordado atrasado, ainda teve tempo de pegar o colchão, que ele tanto reclamava está acabando com sua coluna, jogar alcool e picar fogo. Chegaria no trabalho. E com o salário que iria receber hoje, compraria um novinho em folha. Incêndiou o colchão e saíu feliz da vida. Chegou no trabalho tomou aquela dura do patrão. (Ele trabalha numa lanchonete de um espanhol linha dura, meio Ritler, segundo ele mesmo nos conta). Ficou sem o almoço. No fim do serviço, o patrão lhe disse que só receberia o salário na manhã seguinte. Ficou irado. Saíu batendo forte no chão. Esquecera a carteira com os últimos trocados e as chaves na gaveta trancados. Só se dera conta quando chegou na porta de casa. Agora teria que dormir no relento da varanda e no chão sem colchão.

Sorri bastante. Vaí ter azar assim lá em casa. (Quero dizer, lá em casa não dá). Tomamos umas cervejas e o levei prá dormir no sofá lá de casa. Se ele não estava aguntando mais o velho colchão, imagine quando ele deitasse num velho sofá. Eu não queria ter a coluna dele.

Gumecindo é um barato. Mas quem será que deu esse nome a ele mesmo?!.