ORKUT - GOOGLE - PERIGO
SEGURANÇA – Quem hoje manuseia um computador e não conhece o Google? Sinceramente eu acho que ninguém! Seja pela simples ferramenta de busca internacional de qualquer tema; seja para se elaborar uma planilha e armazená-la virtualmente para que seja vista e usada em qualquer lugar do planeta; seja pelo uso do Gmail; seja para assistir um vídeo descolado no You Tube; seja no monstruoso site de relacionamento ORKUT; tudo isso e muito mais possui a marca forte da gigante internacional Google; uma das maiores e mais rentáveis empresas do mundo que surgiu do (quase) nada e chegaram a pelo menos 9 em cada 10 computadores mundiais.
Se por um lado a empresa apresenta ferramentas indispensáveis na vida do usuário de internet, por outro, ela causa espanto e medo na vida de muitos sensatos internautas. O motivo de todo este espanto é a vulnerabilidade de informações maléficas e mentirosas publicadas indeliberadamente sem o menor escrúpulo pelos que fazem da internet um instrumento de crimes e delitos.
O Orkut começou a funcionar a pouco menos de 5 anos e mesmo sendo de origem estadunidense é no Brasil que o site possui ampla maioria de usuários. Hoje, o portal que liga pessoas do mundo inteiro tem cerca de 65 milhões adeptos e este número não para de crescer, da mesma forma que todos os seus problemas.
O Orkut é como uma grande lista de telefones; o sujeito se registra, posta tudo que for conveniente para que os outros possam consultar (inclusive fotografias) e deixa lá, podendo seus dados ser acessados por milhões de pessoas. Desta forma, as pessoas encontram velhos amigos, inimigos, parentes que há anos não viam e conhecem pessoas novas que possuem as mesmas preferências, mesmos gostos, enfim, são através de consultas ao Orkut que milhares de pessoas encontram outras que possuem as mesmas afinidades. Mas toda circunstância possui o outro lado, o lado B; e da mesma forma que encontramos amigos, no Orkut também é fácil encontrar Adolf Hitler, Sadam Hussein e até o próprio demônio. Existem pessoas desocupadas que ao invés de utilizar esta ferramenta para o bem, acabam a utilizando para o mal e é nesta hora que a página vira um caso de polícia.
Quem possui “profile” no Orkut também pode criar comunidades; estas comunidades criadas podem divulgar eventos e reunir milhares de simpatizantes em torno de sua mensagem. Existem inúmeras comunidades sérias, que passam para seus membros mensagens de alegria, paz; existem as que prestam serviços relevantes a ordem, a justiça; as que educam e as que pervertem os jovens e aliciam os inocentes e também são estas comunidades que aglutinam verdadeiras legiões de malfeitores disfarçados de bons amigos; são estas comunidades que também são alvos da polícia do Brasil.
O Congresso Nacional, num dos raros atos de lucidez e heroísmo na atualidade, resolveu apertar o cerco contra a direção do Google no Brasil, para que forneçam dados concretos daqueles que se disfarçam e criam comunidades criminosas. O problema é que, de um lado temos uma legislação que não acompanhou as mudanças recentes e o Google informa que seus servidores não estão hospedados no Brasil, ou seja, se os computadores que servem ao Orkut não estão no Brasil, eles acham que este problema não é nosso; ainda temos um bando de juízes que estudaram com Ruy Barbosa e sequer sabem o que é internet, muito menos Orkut e os poucos delegados sérios que se empenham no discernimento do tema na ordem jurídica, fazem o papel de “ferro de passar” sem estar ligado à tomada nenhuma, malham a seco e frio e não chega a lugar algum.
O povo quer, a polícia (raramente) pede, mas a justiça que têm o Poder de mandar agir, se engana e se atrapalha entre verbetes, nomes esquisitos e outras circunstâncias virtuais e o resultado é catastrófico. Os pedófilos, ladrões, racistas, anti-semitas, enfim, todo tipo de escória social, de forma criminosa e intocável, prolifera seus ideais por meio do Orkut, sem nenhum tipo de policiamento ou mecanismo regulamentador.
Não podemos confundir este tipo de crime com LIBERDADE DE EXPRESSÃO; liberdade de expressão é o poder jornalístico, mesmo para os que não possuam diplomas de jornalista, de podermos dizer tudo aquilo que queremos e podemos. Entre o querer e o poder, existe o legal, portanto, só podemos divulgar de modo público aquilo que não fere a Constituição Federal; aquilo que não fere a dignidade das outras pessoas, sobretudo de crianças e outras pessoas indefesas e dentre as milhares de comunidades do Orkut, existem as que incentivam o estupro, a pedofilia, o roubo, as comunidades que incitam a enganação, as que desejam mortes de negros, judeus, nordestinos, chineses ou ainda aquelas que publicam fotografias de sexo com crianças.
Eu tenho um perfil (profile) no Orkut, da mesma forma que meus filhos também têm e o que os pais deveriam fazer, não fazem. Aqueles que têm em casa crianças e adolescentes que lidam com computadores, deveriam manter diálogos constantes com seus filhos e sugerirem uma breve fiscalização no conteúdo acessado. Pode parecer uma forma antiga de coação, mas na verdade, nós que temos mais experiência e “feeling”, podemos e devemos agir quando alguém ameaça a integridade de nossos filhos.
O Estado, como tutor em primeiro grau de todos, deveria também fazer o seu papel e advertir os sites que permitem este tipo de publicação e uma vez permanente as mesmas publicações, tais empresas poderiam perder o direito de comerciarem em solo brasileiro, ou ainda, se fazer utilizar de qualquer mecanismo comercial que envolva o nosso sistema financeiro. Este conselho serve para todos os outros sites como UOL, Terra e tantos outros que possuem produtos similares ou que permitem tais que aberrações modernas sejam divulgadas através de sites e chats.
A polícia tem plena razão quando critica o Estado de Justiça e nós, pobres mortais, que temos que conviver com vírus e invasões, temos que cobrar ações do Legislativo, para que ao menos consigamos expurgar estas pragas virtuais que laminam as cabeças de nossos filhos e povoam as libidos dos acéfalos pervertidos. Muitas vezes, tais pervertidos estão dos nossos lados; precisamos estar sempre atentos e DENUNCIAR estas pessoas; jamais ficar calados, pois a próxima vítima pode ser você, seu filho (a) ou eu mesmo.
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br