" Se eu disser que foi por amor..."


Quem me conhece sabe da minha falta de habilidade para certas coisas e, portanto não estranhará. Quem não me conhece ficará sabendo que entre outras coisas sou distraída e não me dou bem com certos equipamentos.
Não precisa ser nada complexo, mas para mim é quase de outro mundo. Por isso só sei ligar e desligar o som do meu carro. Quando quero passar do toca CD para uma FM é uma aventura. Aperto em vários botões e em algumas vezes acerto em outras não. 
Bem, hoje ao sair para trabalhar liguei o som e devo ter tocado sem querer onde não deveria. Tudo bem, me deu aquela alegria proporcionada por uma música boa nos nossos ouvidos. Zélia Duncan e sua voz peculiar cantava Catedral, que gosto e já ouvi inúmeras vezes. Comecei a cantarolar alegre e percebi que não sabia a letra. 
Disse bem: não sabia, a partir de hoje já posso dizer que conheço a letra e que é um poema. Ouvi a mesma música mais de dez vezes , pois o botãozinho que apertei sem querer era aquele que faz a música repetir, repetir, repetir ( lembrei Maria Rita). 
No começo gostei, depois quis variar e não consegui. De qualquer forma foi o que deu a tônica do meu dia. Pois "meu coração é secular, sonha e desagua dentro de mim". Achei esses versos incrivelmente parecidos comigo, entre outros. Inclusive posso justificar muitas mancadas ou gestos de impulsividade cantando "Se eu disser que foi por amor. Não vou mentir pra mim". Assim como a compositora eu não minto para mim, eu me deixo iludir por amor. 
Agora, como minha filha saiu no carro já não vou ouvir a mesma música, Sylvinha é um dos anjos que tratam dessas coisas práticas para mim.


Evelyne Furtado, em 28 de maio de 2008.
Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 28/05/2008
Reeditado em 28/05/2008
Código do texto: T1009385
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