Amor que vai

O telefone. De novo, um numero estranho, coisas que evitava conhecer, mas o humor era bom, o momento era bom e ela resolve atender.

-Alô?!

-Juliana?

-Quem é?

-Lembra não?

É claro que lembrava daquela voz, como esquecer? Foram meses de paixão infinda, estourando as veias e matando pouco a pouco tanto amor. Noites inteiras de lembranças presas, sofrimento e ilusão, foram dias contados a espera de ouvir de novo essa voz. Mas resolveu fingir indiferença aos nervos exaltados que tremiam as pernas. E o coraçao.

-Quem é...?

-Luis.

-Luis! Tá bom menino?

-Tudo... esqueceu rápido hein! Não tem recebido minhas chamadas, respondido meus e-mails. Aconteceu algo?

-Nada não, ando meio ocupada com tanta novidade daqui. Mas tuas ligaçoes, desculpa, não vi.

-Hm... Tenho saudade de você.

... Segundos perfizeram uma eternidade fincada em ilusões, tranformaram o mundo em preto e branco, a voz em silêncio. A vontade era sentir de novo tanta paixão, mas tinha sido triste demais.

-E você, como tá? Soube que mudou de emprego, de casa.

-É...várias coisas que me aconteceram nesse meio tempo. Você sumiu...

-Sumimos, os dois.

-Desculpa.

-Sem desculpas, afinal, somos livres pra mudar os planos quando existe querer qualquer. E quizemos assim, certo?!

-Preciso te ver, te abraçar, te sentir. Preciso de você.

-Meus horarios viraram loucura! Dificil parar em casa, dificil viajar. Tanta coisa desprogramada que acabo por me perder, sempre.

-A gente encontra uma folga entre tantos afazeres, a gente arruma, força a barra do tempo e faz ele ser só nosso, como sempre foi.

-Combinamos, se houver oportunidade! Desculpa, vou precisar desligar, meio atrasada agora!

-Entendo. Não esquece da minha saudade não!

-Claro! Fica bem, menino! Um beijo!

E desligou. Os pulsos firmes, feito concentraçao para alcançar a exitadão de uma caça. O peito, forte, fechara as portas para aquela lembrança, e apesar do coraçao bobo querer sentir, o resto do corpo resistiu à tanta dor, e toda história que volta e meia resolvia ser razão de tanta saudade, findou-se num gesto simples das mãos, quando inventaram um desfecho final.

Ie
Enviado por Ie em 28/05/2008
Reeditado em 28/05/2008
Código do texto: T1009201