Parada Gay
Acabei de lembrar que esqueci de falar das barbies na crônica de ontem, Homofonia Mata. Meu amigo virtual, tenente, vai me descer o cassetete. Andou criticando minha literatura; disse que bato em todos o tempo todo e que leitura deve, antes de tudo, dar prazer. Não acredito em prazer oriundo das letras. Só acredito no prazer que sai do saco. Já disse e repito: se pudesse voltar no tempo, seria analfabeto. Morro de arrependimento de ter entrado no SOBRAL aos quinze anos e ter aprendido a codificar as palavras sol e lua aos dezessete, num folheto de cordel.
Que prazer se tem ao resenhar, cientificamente, o pensamento de Foucault sobre a transformação literária em meados do século 19? Ensinar os arranjos sintagmáticos e paradigmáticos aos ‘tapados’ da rede publico, esteio dos capitalistas bossais de amanhã, e receber uma ninharia no final do mês – é prazeroso? Ensinar sem saber? Eu não faço sexo batendo nem apanhando; a não ser que seja com gente especial e as pancadas sejam pra valer e nos locais adrede escolhidos, anatomicamente apropriados; neste caso, teria que meter apenas com pessoas formadas em educação física!
Mas vamos às barbies: ambas usavam sunguinhas escarlates como as dos bombeiros e um chapeuzinho também vermelho. Mal iniciam-se as semelhanças e já param por aí. Uma me pareceu extremamente inchada, tão inchada que não conseguia curvar-se para dançar a dança da anaconda no cio. Fazia uns trejeitos fraquinhos e jogava beijinhos a todos. A outra barbie, para ser justo, já tinha o corpo legal, bem definido e se percebia traços de malhação. Podiam-se enfiar nele várias agulhas que não se transformaria numa poça meio liquida, cloática, em plena Consolação. Uma perna no norte, outra sul e um remelexo acanhado, preso no desejo de parecer másculo; uma mão em cima do lugar onde ainda se encontrava um pênis – provavelmente indesejado -; e com a outra mão ameaçava descer a sunga. Para mostra o quê, não sei...
Hoje jogo fora este pc! Trava o tempo inteiro, está preguiçoso, lento, uma merda... Melhor fazer isso agora antes que me roube o senso! E olha que o técnico me levou 50 ‘pau’ esses dias. Se ele me aparecer por aqui, hoje, como-lhe os rins aos pedacinhos.
Droga! O monitor espatifou-se em cima da cabeça dum traseunte...