NÃO DEVIA SER ASSIM...(V)

NÃO DEVIA SER ASSIM... (5)

do livro FOLHAS SOLTAS

A BOA VELHINHA COM CRIANÇA

Conheci uma velhinha pedindo esmolas em 1976, com uma criancinha no colo. Encontrei-a de novo, outro dia: a criancinha era moça feita e como ela não tinha mais filho de colo, alugava criança na vizinhança.

Pede esmola desde criancinha! Profissional!

Sem carteira assinada, mas profissional!

“MAGUILA”, O ACHACADOR

Mesmo depois de ver aquele pseudojornalista, o Maguila, ser flagrado pela câmera escondida na Prefeitura de Cascavel realizando uma chantagezinha sem muita importância ($), ainda fui publicar uma reportagem no Jornal do Estado, do Oeste do Paraná pra ajudá-lo, apostando em sua recuperação.

Jacu só escasseia. Não acaba.

Dei um cheque. Trocou com um agiota antes da data. Um mês depois sou procurado pelo tal jornalista de araque. Precisava do dinheiro, para retirar o cheque e devolver-me.

O bestão aqui deu. Milão em dinheiro. Não voltou. Fiquei sem o Milão e paguei o cheque. Depois de cinco ou mais anos encontro o tal do jornalista num carrão importado, preto e reluzente! O bestão aqui, a pé.

CARTÓRIO: CUIDADO!

Tenho firma reconhecida em todos os Cartórios. Um deles (Mion, de Cascavel) reconheceu uma assinatura minha num documento o qual nunca vi antes, não assinei coisa nenhuma e muito menos vendi alguma coisa pra alguém. Mas a assinatura foi reconhecida!

Um dia fui visitar um dos Consultórios dentários do Sindicato que dirigia. Lá estava a polícia impedindo a minha entrada no meu próprio local de trabalho.

O tal documento dizia que eu havia vendido três consultórios dentários (Ibema, Guaraniaçu e Corbélia), com mobília e tudo o mais, por oito mil reais. Um só já valeria três vezes mais!

Mais de cinco anos e a justiça não disse nada. O advogado que era jovem solteiro, já se casou, já é pai, quase avô!

Eu que andava de bicicleta já estou de olho numa muleta!

Vá aos Cartórios: determine que “apenas com a sua presença” seja reconhecida sua firma. Dá trabalho. Mas só assim pra evitar “enganos”.

A VELHINHA DA PASSAGEM

Quando pediu o dinheiro da passagem, prontifiquei-me a levá-la de carro. Ficou nervosa. Insisti: “Vou pra lá mesmo! Eu levo a senhora!”.

Que nada: na mesma hora lembrou-se que não podia mais ir naquela hora.

Só pergunto ao nobre leitor que me acompanhou nesta série de relatos: essa pilantragem, um dia, vai acabar?

...

Fim da série, não da pilantragem!

DONATO RAMOS
Enviado por DONATO RAMOS em 26/05/2008
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