NÃO DEVIA SER ASSIM

NÃO DEVIA SER ASSIM... (1)

DONATO RAMOS

do livro FOLHAS SOLTAS

COMO NOS ENGANAM...?

E, antes que me perguntem se eu tenho raiva, ódio, desejo de vingança, respondo: Não! Afinal, o culpado sou eu, é a gente mesmo que acredita, acredita e acredita mais uma vez que as pessoas que nos cercam, aquelas às quais você dedica uma grande amizade, a quem você ajuda, dá atenção, cumprimenta, abraça, trata como irmãos, não vão, NUNCA! aprontar uma com você.

Conto algumas passagens, mais como alerta aos dirigentes de empresas que, dedicando certas amizades a funcionários ou colaboradores, chegam até a ser padrinhos de batizado, de casamento, vão à pescaria, às festas, convidam para sócios da sua empresa, sem saber que, na maioria das vezes, é o início do golpe.

Alguém, agora mesmo, estará torcendo o nariz e pensando: lá vem besteira... Que não é assim... Que nem todos são iguais, etc.

E, também, não estou dizendo isso: o difícil é você descobrir quem, na verdade, merece que você faça algumas exceções, como, por exemplo, avalizar, emprestar, socorrer sempre que é necessário, ser a táboa de salvação deste ou daquele.

Quero que entendam que essas coisas acontecem muito mais vezes do que você pode imaginar.

Quero me deter em alguns exemplos acontecidos comigo e servirão de alerta pra você, talvez, em qualquer momento.

EM CASA

A diarista conta das suas dificuldades pra sustentar os filhos pequenos e que precisa de mais um dia pra trabalhar na sua casa. Você dá mais um dia. Depois, ela pede mais um. Você dá. Quando completa três dias por semana, ela já é empregada doméstica. Não é mais diarista.

Aí, você se ferra! Tudo o que você deu a ela, não conta.

Você vai ver o que conta! Você nem faz idéia da quantia que você vai pagar na justiça do trabalho!

O bestão aqui, presidente de sindicato de empregados por mais de vinte anos, pagou.

O GOLPE DA FOTO

É a história do “retratista” que vive perambulando pela noite, tirando fotos. Encontra você com alguém e pimba: clica e aparece depois no seu escritório com um pôster gigante.

Você com cara de bunda, porque aquela mulher não era a sua. Ou mesmo que fosse, acaba pagando um preço exorbitante pelo pôster.

Quando você diz que não tem dinheiro, ele diz que não tem importância e deixa a foto. No outro dia, manda um cobrador na sua casa pra receber. Como você não está em casa - e ele sabe disso! -, alguém da família paga. E paga sempre um pouco mais.

(A seguir: o golpe do cheque-garantia que o seu amigão precisa pra comprar um carro usado e do outro amigão que precisa fazer um cadastro no Atacadão. Não percam mais este eletrizante episódio! Não percam o próximo capítulo!).

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DONATO RAMOS
Enviado por DONATO RAMOS em 25/05/2008
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