Assumidamente Ser Humano
Tudo bem, eu assumo. Nunca quis esconder esta minha condição.
Um simples Ser Humano. É tudo que eu sou. Mas assumidamente Ser Humano, sem vergonha nenhuma de sê-lo. Não tenho outra pretensão.
Nenhuma pretensão de perfeição, algo que não consigo enxergar como possibilidade para a psique humana. Apenas a busca constante, o crescimento infinito do ser, descobrindo-se e descobrindo sobre a vida. Ou descobrindo sobre a vida e descobrindo-se, há uma correlação incessante neste processo.
A ordem não impede o resultado, mas o equilíbrio é importante.
Dizer que sou apenas um ser Humano implica dizer que sou demasiado complexo, cheio de nuances, e também cheio de potencialidades.
Não consigo ver o cume desta montanha, mas nem por isto tenho vontade de parar de escalá-la. Pelo contrário, é o que me faz querer seguir adiante.
Caminhar é melhor que chegar. O mistério é melhor que a descoberta.
A batalha é mais interessante que a conquista. E um sonho realizado nada mais é do que o início de uma nova aventura.
Pois ao final de cada jornada a Vida grita: “Decifra-me ou devoro-te! Decifra-te”.
Mas, paradoxalmente, seus mistérios são insondáveis. E estes mistérios são nossos segredos íntimos, de certa forma. E, por isto mesmo, buscar conhecê-los é uma grande jornada rumo ao autoconhecimento.
A sua grandeza me espanta e me fascina. Quanto mais descubro, mais dúvidas tenho. É como abrir uma porta e encontrar mais duas.
Tudo nela fala do infinito, e a razão diz que não poderia ser de outra forma. A mesma razão que confunde quem tenta entendê-la por completo. Mas que liberta aquele que deixa de lado a pretensão de ser Senhor da Vida, e aceita-se simplesmente como uma parte fundamental desta, como uma peça de um grande jogo de engrenagens.