O MEDO

O cantor Belchior diz na sua música que tem medo de avião. Dizem que na Gávea há uma frase histórica dita por um jogador do passado – talvez Zico (não sei bem) – de que o medo do adversário pode fazer o jogador perder a vontade de ganhar. Um colega de meu convívio diz que: “O medo paralisa o indivíduo”.

Não há dúvida de que o medo é uma realidade entre as pessoas. Algumas têm medo de ousar; outras têm medo do novo; algumas têm medo do escuro; outras têm medo da barata; algumas não suportam o elevador; outras têm medo até de fantasmas. Enfim, esse lado obscuro e impreciso da vida nos leva a deparar com certas dificuldades que muitas vezes nos colocam à beira do ridículo, pois é absurdamente improvável que uma barata ou um fantasma possam fazer mal à alguém.

O que faz realmente mal à pessoa é quando esse medo a impede de ir em frente numa jornada de relevância, por exemplo, quando esse ser tem medo de errar e esse receio transcende à sua capacidade de acertar, deixando-o impotente, porque o subjetivismo da mente é capaz de influir em todos os membros que oferecem a dinâmica do ser humano. Assim, esse medo pode impedir a fala, inibir o raciocínio, causar o chamado “branco na memória”. Isso tudo causa sérios transtornos que vão desde uma prova mal-feita; um insucesso num concurso; a reprovação de um candidato à vaga de emprego; mal-estar físico (como diarréia, vômito, dor de cabeça etc.etc).

Falando do medo lembrei-me de um conto popular: O cidadão passava todo dia à noite depois que vinha da escola por toda a extensão de um cemitério. Evidente que tinha medo e procurava não pensar em nada, para não ser tolhido por alguma circunstância que aumentasse seu medo. Foi num desses dias que encontrou outro cidadão que fazia o mesmo trajeto e assim sentiu-se feliz, pois daquele momento em diante teria companhia e a travessia seria menos dolorosa. Tudo ocorreu na mais absoluta tranqüilidade até o dia em que resolveu perguntar ao novo parceiro se ele não tinha medo de fazer aquela travessia. A pessoa respondeu com absoluta convicção – É, meu filho, quando eu era vivo eu tinha tanto medo quanto você!.

Evidente que essa estória popular não encerra uma realidade palpável por se tratar de um mito criado entre as pessoas para realçar o medo. No entanto, esse episódio pode servir para que possamos tirar algumas conclusões que nos auxiliem a espantar esse subjetivismo. Ocorre que o medo não mais é do que uma ficção que criamos em nosso íntimo como elemento de nosso pessimismo. Ou seja, toda a vez que deparamos com algo que nos assusta - por ser um caminho árduo e desconhecido - temos a mania de fermentarmos nossos pensamentos com idéias destrutivas. Isso nos leva à causa do medo.

Temos de tratar o medo com certa inteligência. Antes de tudo temos de ter consciência que o medo é uma idéia negativa e não é concreta, até porque vem de nossa insegurança. Isso nos ajuda a transpor as dificuldades em primeiro lugar pelo preparo natural que temos de ter para enfrentar qualquer certame. O otimismo é a arma principal para enfrentarmos qualquer jornada. Em segundo lugar temos de enfrentar a situação com a naturalidade que ela exige. Explicando: quando alguém se submete a um concurso, as dificuldades estão relacionadas apenas ao conhecimento da matéria. Se você estudou, basta que se posicione dentro dessa realidade, esquecendo que existem muitos candidatos, pois esse pensamento poderá lhe render observações que não lhe favorecem. Faça a prova, simplesmente. Essa é a realidade concreta, pois quem tiver o conhecimento do maior número de questionamentos é que será aprovado.

Essa regra é única para todos os medos. Com certeza todos aqueles cidadãos que mais acreditarem em si próprios é que obterão êxito maior no que estão fazendo. Por essa razão o jogador treina muito para fazer o melhor quando está jogando. Esse treino é que lhe dará segurança para chutar uma bola para o gol ou para fazer uma defesa maravilhosa, caso seja o goleiro.

Em todos os casos de superação que já se viu - nas diversas atividades humanas - os maiores vencedores são aqueles que acreditam em si próprios. Por isso um pintor que não tem mão, aprende a pintar com os pés. Se ele ficasse com medo de não aprender, jamais teria conseguido essa proeza. Deus dá a cada um o poder de superação, desde que a pessoa se ache capaz de atingir esse objetivo.

Um abraço a todos que com dificuldades buscam um mundo melhor para si mesmo. Isso depende de você próprio; por isso não demonstre medo quando estiver no caminho.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 24/05/2008
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