O Bangu
Quem não tem no coração um cantinho reservado para clubes como o Bangu, o América do Rio, ou o Juventus de São Paulo, mesmo gostando de outros clubes. Nesta humilde crônica vou falar um pouco do time de Moça Bonita, o vermelho e branco de muitas glórias e tradições.
Fundado em 1904, já nesse ano disputava partidas amistosas contra equipes formadas por ingleses ou descendentes, bem familiarizados com o jogo de futebol, e contra outras equipes cariocas. Vamos começar assim:
“Em Bangu se o clube vence há na certa um feriado,
Comércio fechado
A torcida reunida até parece a do Fla-Flu
Bangu, Bangu, Bangu.”
Esse é um trecho do hino do Bangu, de autoria de Lamartine Babo.
Vinte e nove anos depois de sua fundação, o Bangu foi campeão carioca de 1933, o primeiro campeão do Rio de Janeiro na era profissional, o que é um feito histórico.
O time de Moça Bonita foi campeão formando com Euclides, Mário e Camarão; Ferro, Santana e Médio; Sobral, Ladislau, Tião, Plácido e Orlandinho. Técnico Luis Vinhais.
O futebol do Bangu formou vários craques como o grande Domingos da Guia que apareceu no Bangu em 1930, e em 1932 estava no Vasco da Gama e na Seleção Brasileira. Em 1934 estava no Boca Juniors da Argentina, terra de grandes jogadores. Domingos foi considerado o melhor zagueiro central do campeonato portenho. Em 1937 ele retornou ao Brasil. Jogou um pouco pelo Vasco e depois foi para o Flamengo, com grande passagem pela Copa de 1938, quando foi considerado o jogador mais técnico na sua posição.
Em 1950, o Bangu fez grandes contratações e montou um ótimo time, muito bem dirigido por Aimoré Moreira. Foi campeão do torneio início, no recém inaugurado estádio do Maracanã. O Bangu formava assim: Luiz Borracha, Guálter e Rafanelli; Mendonça, Mirim e Pinguela; Djalma, Zizinho, Menezes, Moacir Bueno e Simões, e no ano de 1951, dirigido por Ondino Vieira, formava com Osvaldo Pizoni, Mendonça e Rafanelli; Djalma, Mirim e Pinguela; Menezes, Zizinho, Vermelho, Décio Esteves e Nívieo.
Vamos descrever alguns jogadores desse time:
Osvaldo fora goleiro do C. A. Ypiranga, de São Paulo onde em 1945 atuou com Giacole e Alberto; Belmiro, Reinaldo e Bernardi; Liminha, Rubens, Cilas, Bibe e Válter.
Rafanelli veio do C. R. Vasco da Gama que na época formava com: Rodrigues, Rubens e Rafanelli; Eli, Berascoechea e Argemiro; Djalma, Lelé, Isaías, Jair Rosa Pinto e Chico. No Vasco, Rafanelli foi campeão carioca de 1945 e Campeão dos Campeões em Santiago do Chile, nesse mesmo ano, quando se defrontou com equipes como o Nacional do Uruguai, o River Plate da Argentina, o Colo-Colo do Chile, o Libertad do Paraguai, e o Aliança de Lima, do Peru.
Zizinho, a maior estrela do futebol brasileiro naquela época tinha jogado, apenas, no Flamengo e nas Seleções Carioca e Brasileira. Na Seleção Carioca jogou com Jurandir, Domingos e Norival; Biguá, Danilo e Jaime; Tesourinha, Zizinho, Heleno, Jair Rosa Pinto e Ademir de Menezes. Já no Flamengo, jogou desde 1942, onde atuou em grandes equipes, como a de 1943 com Jurandir, Domingos e Newton; Biguá, Volante e Jaime; Adilson, Zizinho, Pirilo, Perácio e Vevé.
O ponta esquerda desse time do Bangu era Níveo, oriundo do melhor time que o C. ATlético Mineiro já formou. Em 1948 o Atlético formava assim: Cafunga, Murilo e Ramos; Mexicano, Zé do Monte e Afonso; Lucas, Lauro, Carlayle, Lero e Níveo.
Em 1966, o Bangu foi novamente campeão carioca formando com: Ubirajara, Fidélis e Mário Tito; Jaime, Luiz Alberto e Ari Clemente; Paulo Borges, Ocimar, Ladeira, Cabralzinho e Aladim. Técnico Alfredo Gonzáles.
Depois dessa época o Bangu continuou a lutar sempre por dias melhores e não irá parar nunca, pois tem de honrar as suas tradições.