UM POR TODOS

...no tempo que compensação era só a troca de cheques

Cada um tem seu fraco

Todos se falam

Cada um tem seu tato

Todos se ralam

Cada um tem sua dor

Todos se dão

Cada um tem seu amor

Todos em vão

Cada um tem sua paixão

Todas se vão

Cada um com seu coração

Todos no chão

Ainda bem que hoje é sexta-feira

Não teve diferença na compensação

Tem samba

Tem Maião*

Tem sede

Tem pingão

Tem de tudo meu irmão

Só é preciso

Dizer não.

*escrito em Dourados-MS novembro 1983 – homenagem ao percursionista e chefe da carteira de créditos do extinto Banco Bandeirante, aquele do trevo de quatro folhas.