As aventuras de Lobato em defesa da eugenia
Eis então Lobato um menino muito estudioso que se lançava convencido do ideal americano. Muito influenciável via a eugenia a possibilidade de transformar o Brasil, em uma cópia americanizada de país.
Para Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa. (...) O mais triste é que O Presidente Negro ou o Choque das Raças (1926) que leva o preconceito “cordial” de suas histórias infantis às últimas conseqüências é digno de um golpe ainda maior, uma ficção. Um “porviroscópio” revela, em 2228, uma Europa conquistada e colonizada por chineses e um Brasil acorrentado ao atraso pela mestiçagem – exceto no Sul branco, que se funde à Argentina para formar a segunda nação mais progressista do planeta (...).
“Só depois de fazermos córtes menos recuados e combinando uns com os outros, conseguimos decifrar o mistério. Tinham-se derramado pela Europa os mongóis e se substituído a raça branca” (p173 Lobato 1956).
Por que isto acontece?
“O amarelo vencerá o branco por dois motivos muito simples: come menos e se prolifera mais” (p173 e 174 Lobato 1956). Neste ponto é bom dar uma lida em O homem e a evolução de John Lewis (1968) sobre a teoria de Malthus.
“O antigo Brasil cindira-se em dois países, um centralizador de toda a grandeza sul-americana, filho do imenso foco industrial surgido as margens do rio Paraná”. (p 214 Lobato 1956). O outro se dividia em o branco, negro, vermelho e amarelo. “A parte quente ficou a sofrer o erro e suas conseqüências; mas a parte temperada salvou-se e pôde seguir o caminho certo” (p215 Lobato 1956).
Apesar das tentativas, não é possível negar a aproximação clara de Monteiro Lobato com a eugenia. O que reforça a idéia apesar de diferentes leituras da obra de Lobato, que não há a menor dúvida que nos enganamos a todo o momento. A construção de teorias quase sempre, ou sempre são parciais, e neste caso fazemos delas o que queremos, é só ter coerência interna. A coerência esta ai, é só ler.