Não Façam Macumba Pra Mim, Por Favor
Eu não desacredito de nada, mas desconfio de tudo. Sei lidar com o que é humano. Como disse Terêncio: “Sou humano, e nada do que é humano me é estranho.”
Mas há muitas coisas entre o céu e a terra que escapam da nossa vã filosofia, como diria Hamlet. Não que eu acredite num fantasma trazendo mau agouro, como na peça de Shakespeare, mas já dizia o ditado: “Eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem.”
O que é humano, eu resolvo. Se precisar, até na porrada. Mas com o desconhecido e o oculto, eu não mexo.
Por isso, vocês que são bruxos, xamãs, exotéricos ou só macumbeiros, não gastem seu tempo (nem seu rico dinheirinho) comigo. Usem isso para trazer uma pessoa amada (se tiverem), para conquistar prosperidade financeira ou, melhor ainda, para desenvolver o intelecto—porque, sinceramente, vocês precisam. Quem sabe uma ajudinha espiritual até faça vocês aprenderem gramática, concordância e pontuação.
Mas, por favor, não desperdicem esforço fazendo trabalho contra mim. Não tentem me fazer perder o pouco que tenho, meu emprego ou até minha vida. Eu cuido da minha saúde e do meu intelecto, e só uma entidade maligna muito poderosa para me derrubar.
Apesar disso, acho que tenho corpo fechado. Tenho Deus ao meu lado—o Deus da criação, o Deus que ensina a amar o próximo. E, por isso, não devo temer mal algum. Tenho fé nele.