SE GANHAR NA MEGA-SENA - O Que Fazer?

Esse texto é anacrônico. O sorteio da Mega-Sena já aconteceu e, como esperado, não ganhamos. Como muitos sonhadores, o grupo de trabalho do posto de saúde organizou um bolão para a Mega da Virada, cujo prêmio totalizaria 200 milhões de reais. Isso daria 20 milhões para cada um.

 

Eu, pessoalmente, acho mais fácil conseguir essa quantia trabalhando, inventando ou criando algo, como uma empresa, do que acertando números aleatórios. Mas, mesmo assim, coloquei meus 20 reais no bolão, só para desencargo de consciência.

 

Antes mesmo do resultado, um colega já fazia planos com o dinheiro. Ele disse:

— David, vamos fazer uma viagem só você e eu para Bangcoc, mas é para a gente ficar louco.

Eu respondi:

— E a Angélica? Ela não vai achar ruim?

— E por que ela tem que achar ruim? Quem é louco de largar um homem rico?

 

Ele é boa pinta, devo admitir, e talvez fizéssemos sucesso em Bangcoc. Mas, sinceramente, a ideia de uma viagem para esse lugar exótico, com toda sua beleza e promessas de prazeres sensuais, despertou zero interesse em mim. Eu teria outros planos para os meus 20 milhões.

 

É engraçado como o ser humano, ao cogitar ganhar dinheiro, já pensa em parar de trabalhar, não é? Mas, parar de trabalhar e fazer o quê? Viajar? Ok, mas para onde? Uma hora o dinheiro acaba. Dinheiro não aceita desaforo, e 20 milhões, na prática, não é tanto assim.

 

Minha primeira atitude seria procurar uma corretora e investir em um bom título do governo, como um CDI, que renderia cerca de 1 milhão por mês. Talvez fosse ainda mais interessante distribuir o valor entre ativos do governo e ações, vivendo de dividendos. Enquanto isso, eu pensaria em ideias para abrir um negócio (e eu tenho algumas).

 

Mas não ficaria hibernando, gastando dinheiro com prazeres hedonísticos, não naturais e desnecessários, como diz Epicuro. Pelo contrário, faria algo que não é lucrativo, mas me traria enorme satisfação pessoal: uma graduação em filosofia e cinema. Talvez na ESPM ou na PUC, que são caras e nem sempre valem o investimento em termos de carreira. Porém, para alguém já rico, qual seria o problema?

 

A compra de uma casa ampla em uma área mais central, de fácil acesso a tudo, seria prioridade. Um lugar onde eu pudesse caminhar à noite, me exercitar, com árvores e sombra para ler e um belo quintal. Atualmente moro na periferia de São Paulo, mas toda minha vida profissional se passou na Lapa, Pompéia e Perdizes. Conheço lugares ótimos. Mas tem que ser uma casa. Se fosse para morar em apartamento, honestamente, prefiro ficar onde estou.

 

Quanto às viagens, seriam ocasionais. Não tenho vontade de conhecer lugares populares que todos falam, como Times Square, Orlando, Flórida ou Disney. Credo. No máximo, Paris. Se fosse para Nova York, seria para aproveitar a vida agitada da cena artística nova-iorquina. Mas, sinceramente, nesse caso prefiro ficar em São Paulo.

 

Queria conhecer Sils Maria, Nice, as praias do leste europeu, lugares mais idílicos, pacatos e paradisíacos, longe de badalação. Desfrutar de belas paisagens, seja de planícies, praias ou dos ares de superfícies montanhosas. E vocês?

 

É bom sonhar.

Dave Le Dave II
Enviado por Dave Le Dave II em 04/01/2025
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