Pausa para uma conversa: 2025.
Mais um ano que se passa, mais um ano que irá nascer. O fim do mundo já passou tantas vezes que ficou mais fácil usar a religião para disputar territórios, promover genocídios, escravizar grupos étnicos, entre outras finalidades, do que para propagar a vinda de um Messias ou outra entidade divina para salvar a humanidade. Nós já passamos pelas profecias de Nostradamus, pelo ano 2000, por gurus esotéricos em seitas duvidosas, pelo calendário Maia e a bola da vez é o colapso climático em 2040.
Ciclos começam e terminam continuamente e nesta passagem de 2024 para 2025 não é diferente. Nossa sociedade doente necessita com frequência de ritos de passagem para se renovar e evoluir. Se as nossas crianças são pequenas demais para entender a urgência de mudarmos nosso modo de vida diante das consequências do capitalismo tardio, somos velhos demais para mudarmos. Para aqueles que se preocupam realmente com as novas gerações, o planeta vai continuar e muito bem sem nós.
Que bom que temos as artes para antecipar nossa triste sina, seja na literatura, nos quadrinhos, na música, no cinema ou outra expressão artística que você tenha acesso. A temática do fim do mundo estará presente, e não necessariamente será em um apocalipse zumbi como disseminado a exaustão nos filmes e séries da atualidade, temos bombas nucleares, inteligências artificiais, pesquisas quânticas e o espaço profundo para servir de estopim da nossa destruição. Nesse quesito, somos criativos até demais.
Mas, hoje é dia de vestir a roupa comprada com o tosco salário fruto da jornada 6x1 que está ganhando destaque nas discussões sociais ou com o 13° que foi conquistado com muita luta e reinvidicação pelo proletariado. Também é dia de reunir a família, sair com os amigos, tomar banho de cheiro aqui no Pará, para abrir nossos caminhos, fazer amor (com segurança), e na virada do ano assistir aos fogos com responsabilidade por causa dos autistas e pets, confraternizar com desconhecidos que provavelmente nunca mais veremos e saudar o ano que se inicia como o poeta já dizia "o fim do mundo já passou, vamos começar de novo...".