NOVIDADES DA CASA DOS MORTOS

Conheci uma mulher mais velha em um aplicativo de mensagens. Meu objetivo era apenas jogar conversa fora, ter um pouco de companhia feminina, por me sentir meio solitário nos últimos dias. Apesar de ela ser uma pessoa humilde — digamos, com poucas letras —, é muito sábia, dá bons conselhos e é uma boa amiga. Peguei tanta confiança nela que acabei revelando, de forma resumida, a minha história de amor, que já dura desde 2015.

 

A princípio, ela foi bem compreensiva, até desejou que um dia eu reencontrasse quem amo, dizendo que histórias assim acontecem. Mas, durante uma conversa, comentei, em tom de brincadeira, sobre a curiosidade mais aleatória que tenho em relação a essa pessoa: se ela usa fio dental. É algo que realmente não importa pra mim, não faz a mínima diferença, mas, como expliquei, é natural ter esse tipo de dúvida. Eu até apostaria que não, mas, novamente, isso não tem relevância. São tantas as coisas que eu desejo saber sobre ela que essa é a que de fato tem menos importância. Todos sabem que meu amor transcende qualquer tipo de fetiche. Ela é minha alma gêmea. Mas se para minha surpresa sim, seria um fascínio a mais pra mim certamente, embora, como estamos distantes, me daria um pouco de ciúmes também.

 

Apesar de tudo, ela é a única pessoa que, de alguma forma, ainda está presente no meu dia a dia, acredita em mim e me ama de verdade, mesmo estando ausente. É por isso que eu não consigo evitar: mesmo conversando com outras mulheres, acabo falando dela.

 

Voltando ao assunto, depois que fiz essa brincadeira sobre o fio dental, a mulher com quem eu conversava mudou completamente. De certa forma, ela achou que eu estava falando dela. Ela confundiu as coisas. Pra mim, ela era uma confidente, uma boa amiga mais velha e experiente, alguém com quem eu podia conversar para me distrair, mas, de alguma forma, ela confundiu os sentimentos. Ficou sem falar comigo naquele dia e, no dia seguinte, mandou áudios chorando, dizendo que eu não devia ter trazido outra pessoa para a conversa.

 

Eu fiquei sem entender. Expliquei que, desde o começo, tinha deixado claro que amo uma pessoa desde 2015. Ela achou mesmo que eu abandonaria esse amor por alguém que acabei de conhecer? Falei sobre as origens do meu sentimento, os fatores que nos ligam e como eu não consigo me interessar por mais ninguém. Ela pareceu entender, mas ainda força a barra, esperando algo de mim que eu não posso dar. Por isso, tenho evitado falar com ela, apesar de gostar da companhia.

 

Relatei esse caso para meu amigo J., e ele comentou que pareço aqueles caras de comédia romântica que conversam com uma mulher só para reclamar de outra. Talvez seja parecido, mas acho que é diferente. O J. acha que, no fundo, você nem se importa comigo. Talvez só eu saiba como você ainda se importa, embora eu não tenha certeza se acredita em nós.

 

Pode ser que eu continue conhecendo pessoas como essa mulher, mas, no fundo, jamais vou te esquecer. Meu coração não deixa. Se eu tiver a oportunidade, sempre deixarei claro que amo outra pessoa. Isso é sincero comigo e com qualquer outra pessoa.

 

Outra novidade é que abandonei meu velho Kobo e vou dá-lo ao meu irmão porque adquiri um Kindle pela primeira vez. Ele é bem mais leve, compacto, cabe em uma só das mãos e proporciona uma leitura muito mais agradável do que meu antigo e-reader. Vi uma moça no trem com um modelo parecido, e, no momento, já senti necessidade de ter um. Ele é assim:

 

 

Bonitinho, né? É só uma pena que perdi todos os livros que tinha comprado na loja Kobo. Agora, vou ter que adquiri-los novamente na Amazon. Apesar de tudo, ainda prefiro o livro fisico. 

Dave Le Dave II
Enviado por Dave Le Dave II em 07/12/2024
Reeditado em 07/12/2024
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